Ceará

Exportações têm aumento de 62,48%, no Ceará, em 2017

Em 2017, as exportações do Ceará somaram US$ 2,10 bilhões, representando crescimento de 62,48% em relação a 2016, quando foi registrado US$ 1,29 bilhão. Dos itens da pauta de exportações, o de produtos metalúrgicos, com valor de US$ 1,07 bilhão, foi responsável por 51,11% do total exportado pelo Estado. Os números divulgados ontem, constam do levantamento Desempenho do Comércio Exterior do Ceará em 2017, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag).

Segundo o Ipece, esse aumento das exportações cearenses, em 2017, ocorreu devido a atuação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que completou um ciclo anual de exportação. O volume exportado pela companhia influenciou fortemente o setor metalúrgico nacional. Atualmente, o Ceará é o maior exportador nacional de produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado – de seção transversal retangular, que tenham, em peso, menos de 0,25% de carbono.
Já as importações cearenses resultaram, no ano passado, em US$ 2,24 bilhões, registrando queda de 35,72% sobre 2016 (US$ 3,48 bilhões). Com os resultados, a corrente de comércio totalizou US$ 4,35 bilhões, valor inferior ao ano anterior em decorrência da redução das importações, que, em 2016, teve valor atípico devido as importações de máquinas e equipamentos para instalação da CSP. O saldo da balança comercial cearense encerrou o ano de 2017 ainda negativo em US$ 140 milhões, porém, esse valor é o menor dos últimos dez anos.

Participação
A participação das exportações do Ceará ao longo do período de 2008 a 2017 oscilou bastante, quando, em 2012, registrou o menor nível do total exportado pelo Brasil, que foi de 0,52%. No entanto, nos dois últimos anos, o valor da participação aumentou, encerrando o ano de 2017 com 0,97%, o maior da série. A participação das exportações cearenses no total do Nordeste atingiu o menor nível também em 2012, com 6,75%, mas em 2017 chegou a 12,54%.
De acordo com a assessora técnica do Ipece, Ana Cristina Lima Maia, que elaborou o documento, a participação das importações do Ceará, no total do Brasil, apresenta uma evolução mais nítida de crescimento entre os anos de 2008 e 2015. Em 2016 registrou a maior participação, com 2,54%, mas em 2017 voltou para um patamar menor, encerrando o ano com 1,49%.

No total das importações do Nordeste, o Ceará fechou o ano de 2017 com participação de 11,55%. A balança comercial brasileira apresentou ótimo desempenho em 2017, quando as exportações somaram US$ 217,3 bilhões e as importações o total de US$ 150,7 bilhões. Esses valores representaram crescimento de 17,5 por cento das exportações e 9,6 por cento das importações, ambos comparados com o ano de 2016.

Destaques
O grupo calçados foi o segundo mais exportado, com valor de US$ 312,9 milhões, com participação de 14,9%. As exportações de calçados, em 2017, apresentaram um pequeno aumento, com variação de 7,61%, influenciado tanto pelo aumento de preço como pelo aumento da quantidade. Couros e peles e castanha de caju aparecem no terceiro e quarto lugar na pauta exportadora cearense, sendo que ambos registraram queda no valor exportado, de -16,7% e -11,1%, respectivamente.
Também registrou redução no valor exportado as Frutas (-26,5%) – vale ressaltar que a crise hídrica no Ceará afetou a produção de frutas, comprometendo também as exportações. As exportações de produtos têxteis também tiveram queda (-22,3%), indicando que o setor continua com dificuldade para exportar. O setor de alimentos e bebidas registrou crescimento de 2,7% e vem sendo visto como um segmento promissor para a exportação do Estado. O setor de combustíveis minerais também passou por elevação (16,3%), bem como a exportação de lagosta (17,1%).

Quanto aos destinos das exportações cearenses, o principal foram os Estados Unidos, com valor de US$ 421,2 milhões. Embora a participação de 2017 tenha sido menor do que de a 2016, houve um crescimento de 39,6% do valor exportado. O México e a Turquia aparecem em segundo e terceiro lugar, com participação de 12,97% e 8,94%, respectivamente, sendo que o Ceará ampliou as vendas para esses dois países enviando principalmente produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado. As exportações para a Itália, Canadá, França e República Tcheca também cresceram em virtude do aumento das vendas de produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado para esses países. A Argentina é o quarto país para onde o Ceará mais exportou em 2017, com participação de 5,91%, para onde seguiu principalmente calçados, produtos têxteis e gás natural liquefeito.

Combustíveis lideram importações cearenses
Em 2017, o grupo de combustíveis minerais liderou a pauta de importação cearense, com valor de US$ 867 milhões, respondendo por 38,5% do total importado pelo Estado. Os principais produtos importados pelo grupo foram hulha betuminosa (tipo de carvão mineral) e gás natural liquefeito (GNL). Esses produtos são utilizados como insumo para a CSP e para a termelétrica do Pecém. Os produtos da indústria química foram o segundo maior grupo importado, com participação de 10,2% (US$ 228,8 milhões). O grupo cereais foi o terceiro mais importado, com valor de US$ 208,4 milhões. As importações de reatores nucleares, máquinas e suas partes somaram US$ 177,7 milhões, representando 7,9% das aquisições cearenses.

Dentre os principais produtos importados pelo Estado, apresentaram queda: Cereais (-5%); máquinas e materiais elétricos (-67,8%) e reatores nucleares (-89,4%), quando comparados com 2016. Por outro lado, couros e peles (207%) foi o setor que registrou maior crescimento nesse grupo, seguido por castanha de caju (183%) e combustíveis minerais (75%).

o Estado