Brasil

Raquel Dodge troca integrantes da Lava-Jato

Brasília. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, efetivou a troca do grupo de trabalho da Lava-Jato montado para cuidar dos inquéritos que investigam autoridades com foro privilegiado e deixou na força-tarefa apenas dois dos dez procuradores que trabalharam com o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Raquel estabeleceu um prazo de 30 dias para que cinco desses ex-auxiliares de Janot ajudem na transição das investigações. Além disso, ela deixou especificado na decisão da montagem do novo time que os integrantes terão atribuição para instruir a assinatura de acordos de delação premiada.

Essas decisões são os primeiros atos da procuradora-geral no cargo em relação à Operação Lava-Jato, depois de assumir a função. No discurso de posse, na manhã de segunda-feira (18), ela fez sete referências ao combate à corrupção, sem mencionar a operação. A gestão de Raquel também terá foco em outras áreas, em especial a defesa dos direitos humanos.

As portarias com a montagem do grupo da Lava-Jato foram publicadas, ontem, no Diário Oficial da União. O grupo de trabalho de Lava-Jato na gestão de Raquel tem a seguinte composição: José Alfredo de Paula, coordenador do grupo; Raquel Branquinho, que também assume a função de secretária de Função Penal Originária no Supremo Tribunal Federal (STF), a quem o grupo se subordina; Marcelo Ribeiro de Oliveira, integrante tanto do grupo quanto da secretaria; Hebert Reis Mesquita; José Ricardo Teixeira; Luana Vargas; Maria Clara Barros; e Pedro Jorge do Nascimento. Os oito procuradores têm experiência em casos de combate à corrupção.

José Alfredo e Branquinho atuaram no caso do mensalão petista. Ele também atuou na Operação Zelotes, mesmo caso de Hebert. Da gestão de Janot ficaram apenas Maria Clara e Pedro Jorge, dois dos últimos a chegarem ao grupo da Lava-Jato.

Lava-Jato

O grupo terá dedicação exclusiva à Lava-Jato, como consta na portaria. Raquel estabeleceu cinco atribuições aos integrantes da força-tarefa: colher depoimentos e produzir provas que julgarem necessários; participar de audiências no STF; responder a expedientes ordinários encaminhados ao grupo; pedir documentos e informações necessários às investigações; e participar de instruções com foco na assinatura de acordos de delação premiada.

Delação

Fora da Lava-Jato, Raquel designou uma procuradora da República para acompanhar os desdobramentos da delação do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa e da operação autorizada pelo STF que resultou em busca e apreensão na casa do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

A procuradora Vanessa Scarmagnani deve acompanhar a “análise do material apreendido, realizar oitivas e requerer diligências”, indica outra portaria assinada por Raquel.

Quanto à Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, 11 delatores que tiveram o acordo homologado se comprometeram a pagar R$ 74 milhões em multas.

Entre os delatores estão os irmãos Marcelo e Renato Chebar, que apontaram contas do ex-governador Sérgio Cabral, do ex-secretário Wilson Carlos e do operador Carlos Miranda.

Fonte: Diário do Nordeste