Brasil

Suposto ‘laranja’ do ex-presidente Lula é autorizado a acessar provas

Curitiba/Porto Alegre. O juiz federal Sérgio Moro autorizou, ontem, que o engenheiro Glaucos da Costamarques acesse vídeos do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

A defesa de Glaucos, apontado como laranja de Lula em propinas da Odebrecht, havia solicitado no dia 8 que o Sírio disponibilizasse as imagens de suas câmeras de segurança para mostrar que o advogado Roberto Teixeira, compadre do petista, entrou nas dependências do Sírio.

O magistrado da Lava-Jato determinou que o hospital seja oficiado. “Solicitando que seja franqueado à defesa de Glaucos da Costamarques o acesso, pelo prazo de quinze dias, no próprio hospital ou mediante fornecimento de cópias, dos vídeos de acesso ao estabelecimento ou aos quartos nos quais Glaucos da Costamarques ficou internado durante o período de 23 de novembro de 2015 a 29 de dezembro de 2015, a fim de identificar, a pedido da defesa, se Roberto Teixeira o visitou no período”, ordenou o juiz. Glaucos é réu em ação penal na qual Lula foi denunciado por supostamente receber R$ 12,5 milhões em propinas da Odebrecht.

O engenheiro é acusado de ser o laranja na compra e titularidade do apartamento vizinho ao do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, que teria sido custeada pela empreiteira.

Recibos

Em depoimento, Glaucos afirmou que, quando esteve internado no hospital Sírio Libanês, entre novembro e dezembro de 2015, recebeu o advogado Roberto Teixeira – também réu nesta ação pelo suposto intermédio da compra de imóveis em benefício de Lula- e no dia seguinte, foi visitado pelo contador João Muniz Leite, quando assinou diversos recibos de pagamentos referentes a 2015 de uma vez só.

Intimado a entregar os recibos de visitas ao suposto laranja de Lula, o hospital comunicou a Moro que houve três visitas do contador a Glaucos, porém, nenhuma do advogado do ex-presidente. A defesa do ex-presidente alega que Lula pagou pelo aluguel do apartamento e que não aceitou o imóvel para a sede do Instituto. Já a Lava-Jato afirma que Lula nunca pagou os aluguéis do imóvel.

Julgamento e repercussões

O secretário-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana (PSDB), criticou, ontem, as declarações da presidente do PT, Gleisi Hoffman, que afirmou que, para o Lula ser preso, “vai ter que matar gente”.

Também ontem, a senadora disse ter usado a expressão como uma demonstração do quanto Lula é amado. Ela contou que, em sua caravana pelo Nordeste, Lula era abordado por eleitores que prometiam morrer por ele.

Diário do Nordeste