Ceará

37 municípios do Ceará registram saldo positivo na geração de emprego em março; veja lista

Cerca de 58% dos municípios cearenses com mais de 30 mil habitantes registraram saldo positivo de emprego no mês de março, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Das 64 cidades, 37 geraram vagas de trabalho formal. Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), aparece no topo da lista com saldo positivo de 302 postos de trabalho, diferença entre 1.205 admissões e 903 desligamentos.

Além de Eusébio, São Gonçalo do Amarante (155), Juazeiro do Norte (141), Tauá (97), Cascavel (78), Caucaia (72), Quixeramobim (64), Limoeiro do Norte (57), Brejo Santo (54) e Barbalha (49) completam a lista dos 10 municípios que mais geraram vagas de trabalho em março.

Renda per capita elevada

De acordo com o analista do Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Mardônio Costa, Eusébio é um município que vem se desenvolvendo há alguns anos com uma renda per capita elevada. “O setor de serviço e a indústria de transformação deixaram este município com saldo positivo, com a geração de 202 e 130 postos de trabalho, respectivamente. Esse comportamento então foi devido a estes dois setores”, analisa.

Ele explica ainda que o mês de março já mostra um quadro relativo de estabilidade com a mudança da dinâmica, com as admissões mais favoráveis ao mercado de trabalho. “A recuperação ainda é muito lenta, mas a gente avalia que existe uma retomada do mercado”, observa sobre o cenário que se forma no mercado de trabalho local.

Participação da indústria

Em relação a São Gonçalo do Amarante, também na RMF, Costa diz que a indústria é o setor mais forte no município. “Em São Gonçalo há muito fortemente a entrada da siderúrgica, tem a zona de processamento de exportação que continua atraindo empresas, então lá a indústria tem um peso muito forte, com a geração de 111 empregos formais em março”, afirmou.

No caso de Juazeiro do Norte, no Cariri, o analista do IDT afirma que a cidade tem um polo comercial e industrial muito significativo. “Estes dois setores no Juazeiro têm um impacto econômico muito forte”, reforça.

Saldos negativos

Na outra ponta da lista elaborada pelo Ministério do Trabalho, encontram-se Fortaleza (-274), Missão Velha (-160), Aquiraz (-123), Paracaru (-111), Paraipaba (-67), Ubajara (-64), Iguatu (-64), Maracanaú (-55), Itapipoca (-49) e Pentecoste (-38).

“A RMF representa cerca de 60% da economia cearense. Fortaleza tem um peso muito grande. O saldo negativo na Capital aconteceu na indústria (-227), construção civil (-126) e comércio (-19)”, aponta.

De acordo com a análise de Costa, houve saldo positivo nos setores de serviços (80) e agropecuária (18). “Mesmo o Estado gerando saldo positivo, a RMF ficou com 129 empregos a mais, de um total de 346 vagas”, contabiliza, expondo a situação da Capital cearense.

Acumulado do ano

Ainda de acordo com os dados do Caged, nos três primeiros meses do ano, o município de Quixeramobim teve saldo positivo de 4.389 vagas formais, ganhando destaque entre as cidades cearenses pesquisadas pelo Ministério do Trabalho. Em seguida, aparecem na lista Tauá (230), Juazeiro do Norte (194), Brejo Santo (161), Itapipoca (156), Eusébio (149), Santa Quitéria (147), Russas (138), Várzea Alegre (112), Canindé e São Gonçalo do Amarante (105).

Já os municípios que mais fecharam os postos de trabalho no mesmo período foram Fortaleza (-2.189), Aquiraz (-386), Limoeiro do Norte (-273), Aracati (-234), Ubajara (-225), Caucaia (-207), Sobral (-202), Missão Velha (-137), Maracanaú (-100) e Paraipaba (-93).

Crescimento

“A gente tem que observar que nós viemos de uma crise muito forte e isso impactou o mercado de trabalho. Mas o crescimento da economia cearense teve impacto nos empregos”, observa o analista do IDT.

Segundo ele analisou, em 12 meses, foi observado alguma melhora na geração de empregos formais no Ceará. “A economia cearense gerou neste período mais de 10 mil empregos. Essa melhora está se dando de uma forma muito lenta”, afirma, citando os dadodo Caged.

Diário do Nordeste