Brasil

Temer diz crer que greve acaba hoje

Brasília. O presidente da República Michel Temer disse ter “absoluta convicção” de que a paralisação dos caminhoneiros terminará hoje. A declaração do presidente se dá após o acordo anunciado no domingo (27) entre o governo e um grupo de representantes da categoria.

“Tenho absoluta convicção de que entre hoje (segunda) e amanhã (terça) todos nós, irmanados, e aqueles que estão na chamada greve, já recomendada pelos seus líderes como devendo cessar”.

Temer falou durante a posse do novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca. O cargo estava vago desde o início de abril, quando Moreira Franco deixou a pasta para assumir o Ministério de Minas e Energia.

O acordo firmado ontem entre governo e representantes dos caminhoneiros prevê, entre outras coisas, congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro e eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o País.

Ferrovias

O novo ministro, por sua vez, disse que o governo planeja três leilões de ferrovias ainda este ano. Fonseca afirmou que o Brasil precisa acabar com a dependência do transporte rodoviário.

“O segundo semestre será o momento das ferrovias no Brasil”. Fonseca disse que encomendou um estudo sobre a reorganização dos modais ferroviários no Brasil. O novo ministro afirmou ainda que existem leilões para as ferrovias Norte-Sul, Leste-Oeste e Ferrogrão.

“Começamos a dar grandes passos em direção a estudos para organizarmos os modais no Brasil para não ficarmos nessa dependência total que temos hoje dos rodoviários. A secretaria-geral já tem estudos prontos, três leilões, prontos pra sair”.

Meirelles

A paralisação dos caminhoneiros e os prejuízos que ela causou à economia e à população como um todo mostram que o País precisa de um plano de ação para os próximos anos que leve a economia a uma menor dependência do modal rodoviário para o transporte, disse, ontem, o ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência da República pelo MDB, Henrique Meirelles.

“Nós não precisamos ter uma dependência tão grande de rodovias, de caminhoneiros e, principalmente, das empresas transportadoras”, disse. Para isso, continuou, é preciso diversificar os transportes em ferrovias que garantam o abastecimento, em transporte fluvial e também com transporte de cabotagem.

“É muito importante que nós reforcemos a estrutura de transportes no País”.

O ex-ministro da Fazenda defendeu ainda a criação de um fundo de estabilização que, em momentos em que o preço do petróleo caia substancialmente, faça uma arrecadação de tributos que capitalize esse fundo como os fundos soberanos de alguns países que têm grande dependência de commodities.

O fundo seria usado, de acordo com Meirelles, para amortizar os efeitos decorrentes de elevações muito rápidas dos preços das commodities. “Existem mecanismos, sim, que podem ser usados dentro desse processo”, disse o ex-presidente do Banco Central nas duas gestões Lula.

Diário do Nordeste