Absolvição de Gleisi Hoffmann pode impactar Lula
Brasília/Curitiba. Em seu primeiro pronunciamento após ser absolvida pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, se disse aliviada com a decisão. “Se tem uma pessoa feliz, sou eu, gente. Quatro anos de muita dificuldade para enfrentar esse processo. Ontem (terça), quando começaram a sair os votos dos ministros, foi me dando um alívio”, disse, ontem, em reunião das bancadas do partido em Brasília.
Para Gleisi, a decisão dos ministros do Supremo pode ter reflexos nos processos do ex-presidente Lula, preso após ser condenado em segunda instância na Lava-Jato. Na próxima terça-feira (26), ele terá um recurso por liberdade julgado pela Turma.
“Acho que isso (sua absolvição) pode ter efeitos positivos para o presidente Lula. Acho que para o PT foi importante. A gente estava perdendo muito no Judiciário. Essa absolvição foi muito importante para nós”, comentou. O voto do ministro Ricardo Lewandowski, presidente da Segunda Turma, foi ressaltado por Gleisi. Ela pontuou a referência dele a uma “delação que não servia para nada”, nas palavras da senadora. Essa foi mais uma oportunidade para Gleisi criticar a Lava-Jato, dizendo que seus processos são baseados, “basicamente”, em delações.
Carta
Em carta divulgada por sua assessoria, Lula comemorou a absolvição de Gleisi. O petista escreveu que a decisão foi a primeira reação do STF contra a prática de delações na Lava-Jato.
“No julgamento de terça sua defesa mostrou que a Lava Jato construiu uma denúncia falsa a partir de depoimentos negociados com criminosos, em troca de benefícios penais e até financeiros. E pela primeira vez o STF reagiu claramente diante da indústria das delações em um caso concreto, desmoralizando o discurso e a prática da Lava-Jato”, diz o texto de Lula.
Já o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, suspendeu o interrogatório de Lula, previsto para ontem, na ação penal sobre a Operação Zelotes. É a segunda vez que o interrogatório é desmarcado.
Além desse caso, Lula e o juiz Sérgio Moro terão mais de um encontro ao vivo. Moro marcou o interrogatório do ex-presidente no caso do sítio de Atibaia, no dia 11 de setembro às 14h. Será a 3ª vez que Lula será interrogado presencialmente pelo juiz.
Diário do Nordeste