Padilha assumirá Ministério do Trabalho após saída de Yomura
O ministro Eliseu Padilha acumulará o comando da Casa Civil com o Ministério do Trabalho. Ele ocupará a pasta interinamente após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de afastar Helton Yomurado cargo, sob suspeita de irregularidades.
A nomeação de Padilha foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, na noite desta quinta-feira (5), que também oficializou a saída de Yomura.
O então titular pediu demissão nesta quinta sob suspeita de ter ligação com um esquema de fraudes na liberação de registros sindicais. De acordo com o documento, o chefe da Casa Civil vai comandar interinamente o Trabalho “sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa”.
O parlamentar se reuniu com o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) para comunicar que o PTB colocaria o Ministério do Trabalho à disposição do governo.
Marun também é suspeito de envolvimento no esquema de fraude. A Polícia Federal chegou a pedir autorização para realizar busca e apreensão em endereços ligados ao ministro, mas a solicitação não foi corroborada pelo Ministério Público e não obteve autorização judicial. Ele nega as acusações e se disse vítima de uma “conspiração asquerosa”.
O nome de Padilha foi escolhido após uma série de conversas realizadas durante a tarde. Houve dúvida sobre quem assumiria a pasta interinamente, já que o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo José Arantes, foi preso em junho.
A equipe jurídica do governo analisou a possibilidade de algum dos outros quatro secretários ocupar o cargo. De acordo com assessores de Temer, os nomes foram rejeitados por não passarem em um “pente-fino”.
Depois de uma série de escândalos envolvendo o órgão, o governo busca agora um nome técnico para assumir em definitivo a função, tentando afastar a pasta do noticiário policial.
Enquanto isso, Padilha vai atuar para mapear potenciais novos alvos de investigação. Segundo assessores do Planalto, a intenção é a de “limpar” a estrutura do Trabalho que ainda possa estar contaminada com as investigações da Operação Registro Espúrio.
Um dos principais aliados de Temer, Padilha também é alvo de investigações ao lado do presidente, em desdobramentos da Operação Lava Jato.
Folha de São Paulo