Superando os principais impasses, base do governo estadual faz ajustes finais para fechar coligações
Ontem, na convenção que homologou o nome do governador Camilo Santana (PT), candidato à reeleição, a ausência do ex-governador Cid Gomes (PDT), candidato ao Senado, motivou especulações e constrangimentos. Ele teria ficado aborrecido com banners e máscaras referentes a uma provável candidatura de Lula à Presidência da República, juntamente com a de Ciro Gomes, também candidato à chefia do Executivo nacional (leia matéria na página seguinte).
Ainda na convenção de Camilo, dirigentes partidários e candidatos estavam apreensivos com a questão das coligações e relataram ao Diário do Nordeste </CF>que tal situação prejudicava, internamente, o grupo. O governador Camilo Santana disse que o ex-governador, Cid Gomes, não tinha comparecido à convenção por conta de uma enxaqueca, depois de ter ficado até as 3h da manhã resolvendo problemas relacionados às coligações.
Já está tudo definido, disse Nelson Martins, chefe da Casa Civil do Governo Camilo. “Temos apenas um pequeno problema para resolver porque há certa reação do PT com relação à aliança com o PSB para federal. Nenhum partido deixou de participar das negociações. Fizemos coligações em concordância com todos”, avaliou.
Para a disputa ao Senado, de acordo com Nelson Martins, a situação também foi sanada. Os partidos que vão apoiar o senador Eunício Oliveira, segundo disse, são MDB, PRB, PSD, Podemos, Avante, PHS, PSC e SD. Esses partidos não estarão na mesma coligação do governador Camilo Santana.
Impasse
Os partidos que fecharam com Cid Gomes para o Senado foram o PDT, PT, PP, PR, DEM, PSB e as demais legendas com menor potencial, as chamadas legendas “nanicas”. Esses mesmos grêmios se somarão à candidatura majoritária do governador Camilo Santana e da candidata a vice-governadora, Izolda Cela, totalizando 16 siglas.
Para a disputa proporcional, a chapa do Governo teria ficado assim: para federal, a coligação inicial era entre PT, PV, PR, PRP e PCdoB. Até a tarde de ontem, ainda havia impasse quanto a permanência do PSB nessa coligação. Outra chapa formada foi entre Patriota, PRTB e PPS para deputado federal, além de uma maior com PDT, PTB, DEM, PP e PPL, sendo que também havia dúvida sobre a permanência do PPL nesse bloco.
Para a disputa a deputado estadual, uma das chapas é formada pelo Patriota, que vai isolado. PCdoB e PTB fecharam outra coligação, assim como PT, PV e PSB. Outro grupo é formado por PDT, PP, DEM, PR e outras siglas menores. “O problema está na disputa federal. Temos que fechar tudo, mas resolveremos sem problemas”, disse o secretário Nelson Martins.
Enquanto isso não se resolvia, deputados e dirigentes partidários, em plena convenção de ontem, criticavam a demora na definição dos grupos de forma concreta. O deputado João Jaime (DEM) disse que isso “é muito ruim” para os candidatos, enquanto José Sarto (PDT) destacou que pode causar “problemas internos” entre os aliados.
Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Zezinho Albuquerque (PDT), após a convenção de ontem, se reuniria com alguns candidatos para concluir os trabalhos de formatação das coligações. “Não é demora, essas coisas são assim. Está tudo resolvido, precisamos apenas fazer uma avaliação para fechar a ata e resolver de vez”, justificou o pedetista. “Alguns podem não ficar totalmente satisfeitos porque o volume de candidatos e de partidos é muito grande. Sempre tem alguém que precisa ceder um pouquinho mais”, acrescentou o parlamentar.
Complexo
O deputado Julinho (PPS) disse que alguns membros de sua coligação ficaram descontentes com a saída, de última hora, do PPL de sua coligação, mas defendeu que seus pares transformem a lamentação em força em busca de mais votos. “São muitos partidos, com muitos interesses. Não é fácil arrumar tudo isso. Exige paciência com um processo de engenharia político e cálculos matemáticos”, disse o presidente do PCdoB, Luís Carlos Paes.
Domingos Neto (PSD) disse que em todo ano de eleição a mesma coisa acontece, tanto que ele já vê com naturalidade o processo, visto que cada um está em busca da melhor coligação para convergir com seus interesses. “É um processo complexo e em todas as eleições, sejam municipais ou gerais, isso ocorre”. André Ramos (PPL), por outro lado, definiu a situação como “ruim, um clima chato”. No entanto, ele disse que “infelizmente, o jogo é esse”.
Diário do Nordeste