Bando interestadual é preso no Ceará por fraude
Três pessoas foram presas pela equipe da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), sob suspeita de cometer golpes bancários, em vários Estados do País, inclusive no Ceará. O líder da quadrilha não foi localizado ainda. De acordo com o titular da DDF, delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, a quadrilha era especializada em fraudar os benefícios do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e empréstimos consignados.
Segundo o delegado, a quadrilha estava pronta para sacar o fundo PIS/Pasep de dezenas de vítimas, em agências bancárias do Ceará. A quadrilha ia se aproveitar do próximo dia 28 de setembro, que é o prazo para os cotistas, que eram empregados com carteira assinada, entre os anos de 1971 e 1988, têm para receber o benefício.
Os suspeitos utilizavam documentos autênticos, com dados das vítimas, e a fotografia dos golpistas. Com os documentos em mãos, os criminosos se dirigiam aos bancos. A Especializada foi acionada sobre a presença do grupo no Ceará, pela Divisão de Falsificação e Defraudações, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por onde a organização criminosa deixou seu rastro. Há informações sobre a atuação dos suspeitos também em São Paulo, Goiás e Piauí.
A investigação foi iniciada e identificou que a quadrilha estava há, pelo menos, 90 dias em Fortaleza. A DDF descobriu que os estelionatários se hospedaram em um apartamento alugado, no Papicu, e realizou diligências, na segunda-feira (17).
Foram presos em flagrante Humberto Cardoso Ribeiro, de 57 anos; Lidiane Soares da Silva Brito, 42; e Francilene da Conceição de Souza, 20. Com o trio, foram apreendidos 28 documentos de identidade (de vários Estados) em nome de terceiros; certidões de nascimento; comprovantes de residência; contratos de empréstimos consignados, entre outros documentos.
Jaime Paula Pessoa afirma que, além das pessoas físicas, os bancos também foram vítimas da quadrilha, pois serão obrigados a ressarcir os clientes. Segundo o delegado, ainda não é possível conhecer o valor furtado pelos criminosos.
“Eles vêm rodando o Brasil. É um golpe incalculável, por enquanto. Ao sair de um Estado, eles queimam os documentos e vão para outro Estado”, revela o delegado de Polícia Civil.
Organização
Conforme a investigação, o líder do grupo é um homem, conhecido apenas como ‘Tarcísio’ ou ‘Véio’, natural do Piauí. Ele seria responsável por reunir os criminosos e articular as ações. O criminoso teria direito a receber 50% do lucro de cada golpe.
O goiano Humberto Ribeiro e a brasiliense Lidiane Brito agiam diretamente nas fraudes. Ambos já tinham passagem pela Polícia por estelionato. Já a piauiense Francilene de Souza era a ‘laranja’ da quadrilha. “Ela deu o nome para fazer o aluguel do apartamento onde estavam, fazia os serviços gerais da casa e afirmou ter sido trazida pelo ‘Véio”, detalha o titular da Especializada.
Até o momento, nenhuma vítima cearense procurou a DDF para dar queixa.
Diário do Nordeste