Família varzealegrense é destaque em publicação nacional sobre artes marciais
A arte marcial e seus variados estilos despertam curiosidade, interesse e intriga pela sua história. Tem seu lado místico, combativo, cultural, artístico e com nuances admiráveis.
Com trabalhos de Fábio Amador Bueno e José Augusto Maciel Torres, a editora Bueno, de Santos – São Paulo, laçou em edição especial de 10 anos, o livro Grandes Mestres das Artes Marciais no Brasil.
Logo na dedicatória do livro, Fábio Bueno, evidencia o objetivo da obra, dedicando o livro “a todas as crianças e jovens do Brasil, praticantes ou não de artes marciais. Que eles possam ter acesso às biografias de professores e mestres que lutam para diminuir as diferenças sociais e são exemplos de valores que têm sido deixados em segundo plano, como a disciplina, o respeito, a cidadania o amor ao próximo e a solidariedade. Às pessoas que sonham com uma sociedade melhor, mais justa, organizada, centrada na filosofia marcial. Aos que querem reconhecer as deficiências, encontrar a paz interior e abolir a violência, seja ela qual for. Aos homens e mulheres que lutam no anonimato para que o legado marcial de seus mestres nunca seja esquecido. Em síntese, que esta obra inspire novas histórias de sucesso”.
Essa dedicatória é um fio de ouro. É a essência das artes marciais que silenciosamente, combate mazelas sociais, faz o homem encontrar com o seu eu e com a paz interior, tão almejados em tempos de conturbação social.
Eis que, nesse caminho, o livro nos direciona ao estilo de Karatê Shidokan e ao encontro de uma família varzealegrense dedicada às artes marciais. Discretamente, essa família vive entre nós, ensinado um novo caminho que pondera pelo autoconhecimento, pela disciplina, transferindo aos seus alunos o conhecimento das artes marciais, assentado nas bases filosóficas do caminho do Samurai.
Na página 118 do livro, um senhor de olhos puxados, hoje com 79 anos de idade, nascido no Japão e residente em São Paulo é o símbolo do Shidokan em terras brasileiras. Michio Misumi – Shiran Misumi (mestre Misumi), chegou ao Brasil em 18 de novembro de 1960. Sua dedicação às artes marciais o levou à representação do Shidokan no Brasil, estilo criado em 1981 pelo lendário mestre de Karatê Yoshiji Soeno com a World Karatê Association Shidokan.
Nesta mesma página, se destacam o Sensei Francisco de Assis Castro Ribeiro (Sensei Bombeiro), 49 anos, faixa preta terceiro dan, sua esposa Sensei Cleide Leandro da Silva, 42 anos, faixa preta terceiro dan e seu filho o Sensei Brendon da Silva Ribeiro, 20 anos, faixa preta segundo dan. A filha mais nova do casal, Sthafany da Silva Ribeiro, aos 8 anos, é faixa azul do Shidokan.
No ano de 2005, depois de seu retorno de São Paulo para sua terra natal Várzea Alegre, Sensei Bombeiro abriu sua academia nesta cidade.
O experiente Sensei Bombeiro é um colecionador de títulos das artes marcais. Isto lhe garante know-how e credibilidade junto aos seus alunos e as suas famílias.
Ele começou a praticar artes marciais em São Paulo no ano de 1990, tendo como mestres os Shirans Misumi e Aragão. Graduado em terceiro Dan, já conquistou cinco Campeonatos Brasileiros, cinco Campeonatos Interestaduais, quatro Campeonatos Paulistas e três Campeonatos Sul-Americanos.
Ele é discreto, mas basta entrar na academia, olhar nas paredes para ver que sua coleção de diplomas mostra sua graduação e dedicação. Há ainda conquistas de cinturões e troféus, resultado das lutas que fez. São mais de 100 lutas, a grande maioria, vencidas por nocaute. Em São Paulo, onde registrou grande parte de sua história como lutador, na academia na qual treinava, deixou um amontoado de troféus. É que ele chama de a sala dos milagres.
Nas antigas revistas especializadas em artes marciais, publicadas em São Paulo, os exemplares que guarda em uma espécie de caixa na academia, há reportagens sobre suas lutas em diversos campeonatos. Tem ainda uma coleção de fotos com famosos lutadores. Ele lembra de cada detalhe sobre os embates, sobre como conseguiu derrotar lutadores mais fortes, mais altos e tantos outros duros guerreiros dos ringues e tatames.
Sensei Bombeiro segue aquilo que aprendeu e ensina com amor o estilo Shidokan. Quando fala de suas lutas, se emociona. Se emociona também ao lembrar do encontro que teve com Kancho Soeno, em evento realizado em Santo André, São Paulo, no ano de 2015.
Organização
Os exames de faixa realizados pela Academia Shidokan do Sensei Bombeiro são modelos de organização, assim como os campeonatos que promove. Recebe também atenção especial da matriz Shidokan de São Paulo, presente nos eventos com seu representante maior, Shiran Misumi. Neste ano, devido a outros compromissos, Shiran Misumi não veio ao exame de faixa e ao campeonato, mas o atual presidente do Shidokan, Shiran Paulo Ken, que é seu filho, esteve em Várzea Alegre prestigiando o exame de faixa e a competição que foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social.
Para aperfeiçoamento de conhecimentos e de novas técnicas, numa espécie de modernização do Shidokan, estiveram em Várzea Alegre, juntamente com Paulo Ken, os senseis Vicente Falcon, Bruno Lima e Felipe Vieira.
Frutos
A Academia de Karatê Shidokan, conta com dezenas de alunos, entre crianças, jovens e adultos. O trabalho do Sensei Bombeiro já rendeu frutos, com a formação de seis alunos faixas pretas. Cada um desses alunos auxilia na academia e colabora com a divulgação do Shidokan.