Brasil

Ex-presidenciáveis lamentam ameças contra Jean Wyllys

O anúncio do deputado federal reeleito Jean Wyllys (Psol) de desistir de seu mandato gerou reações de solidariedade entre os derrotados na disputa pelo Executivo federal em 2018. Vários deles utilizaram as redes sociais para lamentar a situação do parlamentar, que alegou ameaças para não retornar ao Brasil. Ele passa férias no exterior.

“Estou profundamente indignado com a situação que leva um jovem parlamentar a não se sentir mais seguro em seu País e ter que ir embora para o exterior”, declarou o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado na disputa deste ano. Apesar disso, ele fez um apelo para que Wyllys reconsidere sua decisão e assuma o seu posto como parlamentar.

A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede) também lamentou a situação e fez um paralelo com seu companheiro de militância ambiental Chico Mendes, assassinado em 1988, assim com a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), morta no ano passado. “Chico Mendes sofreu deboche e foi assassinado. Mairelle também. É lamentável que o deputado Jean Wyllys tenha que abrir mão do seu mandato por sofre ameaça de morte”, escreveu a ex-ministra.

Marina Silva

@MarinaSilva

Chico Mendes sofreu deboche e foi assassinado. Marielle também. É lamentável que o deputado Jean Wyllys tenha que abrir mão do seu mandato por sofrer ameaça de morte. Independente de divergências políticas, a gravidade desse fato exige que a vida de quem é ameaçado seja protegida

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O correligionário de Willys, Guilherme Boulos, também se manifestou. “As ameaças e agressões covardes levaram meu amigo @jeanwyllys_real a deixar seu mandato e sair do país. Toda solidariedade, Jean! Sua luta é nossa luta. Seguiremos juntos”, escreveu. E continuou:

Guilherme Boulos

@GuilhermeBoulos

O que levou Jean a essa decisão drástica foram sucessivas ameaças e hostilidades. Ele inclusive já havia denunciado às autoridades e à Comissão de Direitos Humanos da OEA. Exigiremos esclarecimentos e punição dos responsáveis. Foi uma vitória da intolerância.

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Críticas

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) não se manifestou diretamente. Entretanto, pouco depois de vir a público a entrevista em que Wyllys anunciava sua decisão, ele postou “Grande Dia!” em sua conta oficial no twitter e, na sequências, emojis com a bandeira do Brasil, uma mão com o indicador erguido, um “joinha” e um avião decolando.

Ele negou, entretanto, que estivesse referindo-se ao deputado, seu notório desafeto, com quem protagonizou acalourados bate-bocas quando foi deputado federal. “Fake News! Referi-me à missão concluída, reuniões produtivas com Chefes de Estado, voltando ao país que amo, Bolsa batendo novo recorde na casa dos 97.000 e confiança no nosso país sendo restabelecida, isso faz de hoje um grande dia!”, escreveu.

Jair M. Bolsonaro

@jairbolsonaro

Fake News! Referi-me à missão concluída, reuniões produtivas com Chefes de Estado, voltando ao país que amo, Bolsa batendo novo recorde na casa dos 97.000 e confiança no nosso país sendo restabelecida, isso faz de hoje um grande dia! 👍🇧🇷

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Os opositores, entretanto, não compraram o discurso:

Guilherme Boulos

@GuilhermeBoulos

Quando um Presidente ironiza ameaças à vida de uma pessoa – neste caso de um parlamentar eleito – torna-se co-responsável por elas. Estimula agressões covardes. Pior que o tuite irresponsável foi a tentativa de negá-lo acusando a crítica de Fake News. Molecagem pura!

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Manuela d’Ávila (PCdoB), que concorreu a vice na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), insinuou que Bolsonaro era covarde.

Manuela

@ManuelaDavila

Que o mundo inteiro veja que o corajoso que faltou a coletiva de imprensa – apesar de ter viajado com dinheiro público – para não falar sobre seu “garoto” e seus graves problemas, comemora o fato de um deputado eleito anunciar q deixou o Brasil pelo conjunto de ameaças de MORTE.

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