Várzea Alegre realizou sua 8ª Conferência Municipal de Saúde de olho no SUS

A Prefeitura de Várzea Alegre e o Conselho Municipal de Saúde realizaram nesta quarta-feira, 27, no Centro Social Urbano Lourival Clementino do Nascimento a 8ª Conferência Municipal de Saúde com o tema “Democracia e Saúde” com os eixos temáticos “Saúde como direito; Consolidação dos Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS); e Financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

O secretário de Saúde da cidade, Ivo Leal, enfatizou que de 4 em 4 anos os municípios têm a responsabilidade de organizar as conferências municipais de saúde com o objetivo de reunir a sociedade civil para avaliar a política de saúde no âmbito local, propor melhorias observando as condições e a legislação da saúde, encaminhando essas avaliações e as propostas para o Estado e depois para a União para consolidar essa político nos níveis municipal, estadual e nacional. “Hoje é um momento importante. Nós paramos o atendimento nas unidades, reunimos os profissionais, Conselho de Saúde, a Gestão Municipal e representantes de associações e da sociedade civil organizada para debater e planejar as ações e serviços de saúde para os próximos 4 anos, buscando uma saúde mais resolutiva”, disse.

A expectativa do secretário é conseguir apoio do Estado e da União, principalmente apoio financeiro para a área da saúde local.

O prefeito Zé Helder (MDB), na abertura do evento, disse que a conferência é importante porque as informações chegam ao Ministério da Saúde que passa a entender mais das demandas dos municípios e tem como planejar mais organizadamente as ações que serão aplicadas para o setor.

Zé Helder deixou claro que a maior dificuldade da saúde está no seu financiamento que é insuficiente para atender as demandas da população. Ele destacou que todas as problemáticas de média complexidade, que são de competência do Estado, não são resolvidas, e quando passa para a alta complexidade, de competência da União, essa dificuldade de solução é maior ainda. “Todas essas problemáticas acabam chegando na porta do prefeito, do vice-prefeito, dos vereadores, das lideranças porque as pessoas moram no município. Até quando o Ministério Público vai provocar uma demanda, não o faz pelas competências, ou seja, se da União ou do Estado, e acaba provocando o próprio prefeito. Eu já questionei isso com o representante do MP e ele disse que é mais fácil achar o prefeito do que o governador ou o presidente”, disse.

O prefeito reclamou que o SUS – Sistema Único de Saúde está com sua tabela defasada há décadas e citou como exemplo um procedimento cirúrgico para tratar de um aneurisma cerebral que o SUS paga R$ 1.200,00, quando o valor real pode chegar a mais de R$ 40.000,00. “Hospital nenhum tem condição de fazer um procedimento desse com a tabela do SUS, então essa tabela tem que ser renovada para que a população possa ter acesso a esse tipo de cobertura de saúde”, pontuou.

Para o prefeito, com a conferência, pelo menos no que está relacionado do a Atenção Básica de Saúde, há avanços e o Ministério da Saúde tem conhecimento do sofrimento que é enfrentamento nos municípios para atender a população.

O Conselho Estadual de Saúde do Ceará (Cesau) realizará nos dias 26 e 27 de junho, a 8ª Conferência Estadual de Saúde (8ª CES) quando receberá os resultados das conferências municipais.

A 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) será o maior evento de participação social no Brasil. Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada pelo Ministério da Saúde, a conferência vai reunir milhares de pessoas de todo o país, em Brasília, de 4 a 7 de agosto de 2019, para traçar de forma democrática as diretrizes para as políticas públicas de saúde no país.