Relator da reforma da Previdência e Governo iniciam preparação do relatório na CCJ da Câmara
Tentando destravar a reforma da Previdência, o Governo Bolsonaro e o relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), fizeram, ontem, uma série de reuniões para traçar uma estratégia que garanta a aprovação do texto no colegiado no dia 17 de abril.
Os técnicos do Ministério da Economia, membros da CCJ e o relator querem começar a já preparar o embasamento teórico para o parecer, que deve ser apresentado no próximo dia 9 de abril. “Como haverá muitas críticas da oposição, queremos já nos antecipar e evitar questionamentos sobre o relatório”, disse o deputado.
Estão previstos ainda encontros com o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Marcelo Freitas afirmou ainda que, até a tarde desta quarta-feira (3), deve conversar com o ministro Paulo Guedes (Economia) sobre como será a audiência pública na CCJ.
O ministro irá à comissão defender a reforma e deve ser bastante questionado pela oposição. “Não há preocupação. O ministro é preparado e saberá responder a todas as dúvidas”, declarou o relator.
Guedes adiou a ida ao Congresso na semana passada por causa da tensão na relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a Câmara. Oficialmente, o ministro da Economia disse que queria ir ao debate apenas após a escolha do relator. Freitas foi escolhido para relatar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência na quinta-feira (28).
O deputado prefere não comentar sobre como será o relatório para evitar contestações e ações judiciais. Deputados experientes que compõem o colegiado, porém, veem com ceticismo o cronograma já apresentado pelo Governo.
De acordo com parlamentares do “centrão”, é natural que haja atraso na votação: em primeiro lugar, por causa da tática de obstrução da oposição e em, segundo, porque os partidos além do PSL não pretendem se mobilizar pela agilidade da reforma.
Diário do Nordeste