Indústria do CE acumula alta de 4,6% em 12 meses
A produção industrial cearense avançou 4,6% em agosto em relação a igual mês do ano passado, a quarta alta consecutiva. Em 2017, acumula crescimento de 1,4%. À curto prazo, na comparação de agosto com julho deste ano, a taxa ficou estável, com leve queda de 0,1%. Especialistas apontam a maior estabilidade econômica, o aumento do consumo e o crescimento de setores como o de alimentos, têxtil e calçadista como os principais responsáveis pela melhora no cenário da indústria do Estado.
Guilherme Muchale, economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), afirma que, apesar do recuo observado, pode-se comemorar os resultados de setembro. “Essa queda de 0,1% é tão mínima que nós podemos dizer que ficou estável. E além do crescimento de 4,6% em relação a agosto de 2016 é possível observar uma alta de 1,4% no acumulado de janeiro a agosto”, afirma.
Os dados da produção industrial são medidos pela Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revelou ainda uma queda de 0,4% no acumulado dos últimos 12 meses – ou seja, de agosto de 2016 a agosto deste ano. No entanto, o ritmo de retração é menor que o do acumulado terminado em julho, quando a taxa havia registrado -1,1%. “Olhando a longo prazo, temos um cenário bem melhor, com índices próximos ao patamares nacionais e sinais de retomada econômica já apontando”, explica Guilherme.
Expectativa de crescimento
Segundo Muchale, a expectativa é de fechar o ano com crescimento acima de 2% na produção industrial do Ceará. “Com tudo que estamos observando, podemos estimar uma alta de 2% a 2,5% para o fim de 2017. O cenário político está longe do desejável ainda, mas a equipe econômica se acostumou com essa instabilidade”, pontua. A pesquisa mostra também que dos onze ramos pesquisados, seis apresentaram avanço. A principal contribuição foi registrada nos produtos alimentícios (12,2%), influenciado, em grande parte, pela maior fabricação de biscoitos, massas alimentícias secas, leite esterilizado e café. Outros resultados positivos vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (10,8%), de metalurgia (31,1%), de outros produtos químicos (31,7%) e de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (2,6%).
Reação
“Temos um cenário bem melhor, com índices próximos ao patamares nacionais e sinais de retomada econômica”
Guilherme Muchale
Economista da Fiec
Fonte: Diário do Nordeste