Ceará

Apreensão de drogas no Ceará cresce 150%

O período de janeiro a julho de 2017 já supera todo o ano de 2016 na quantidade de drogas apreendidas no Ceará. São 4,3 toneladas no total, número 150% maior do que toda a apreensão realizada no ano passado, que somou 2,8 toneladas. O alto número de 2017 se deve à grande apreensão de 3,9 toneladas de maconha, feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em maio deste ano. A carga estava em um caminhão-tanque que vinha de Curitiba com destino à capital cearense.
Ao número atual, também se somam 200 quilos de cocaína, 100 quilos de crack e outras quantidades de drogas sintéticas. A Polícia Civil do Ceará atua no combate ao crime por meio da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas, que conta atualmente com dois cães farejadores, que atuam nas operações.

Ações
De acordo com a delegada da divisão, Patrícia Bezerra, as ações do tráfico no estado ocorrem principalmente nos fins de semana e nas madrugadas. Para ela, o combate a esse crime reflete na redução de outros. “O tráfico de drogas é o crime matriz de todos os demais. É a partir dele que se chega aos homicídios, ao crime organizado, ao tráfico de armas e a roubos”. O Ceará já foi usado como base operacional de uma organização internacional que transportava cocaína para Portugal e Itália e que foi desarticulada em 2015 pela Polícia Federal.

Lei
Criada em outubro de 2006, a Lei de Drogas aumentou o número de encarceramento por crimes relacionados às drogas. No ano da promulgação da lei, 15% das pessoas que eram presas respondiam por crimes relacionados a drogas. Em 2014, esse número alcançou 28%, segundo números do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen/MJ).
“Houve mais de 160% de aumento de 2006 a 2016 e os presos por tráfico, que antes eram em torno de 15%, hoje são 28%. Isso mostra o papel que a aplicação disfuncional da Lei de Drogas tem nesse processo de super-encarceramento”, disse Cristiano Maronna, advogado e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminalísticas (IBCCrim) e secretário executivo da Plataforma Brasileira de Política de Drogas.

Fonte: O Estado