Esporte: Futebol feminino rompe barreiras e luta por espaço no esporte na Vila São Caetano
O Real SC, time feminino da Vila São Caetano, sede do distrito de Naraniú, em Várzea Alegre, vem rompendo barreiras, inclusive a do preconceito, e lutando por espaço na modalidade esportiva.
Composto não só por mulheres, mas também por pessoas do movimento LGBTQI+, dando exemplo de inclusão, o grupo já passou por várias rejeições, uma delas de que o futebol não é para pessoas do sexo feminino.
O time é liderado pelo jovem acadêmico em história, Phabrycyo Hayalla, que à reportagem contou um pouco da história do time. Ele disse que o Real foi fundado em 2019, e começou apenas como hobby, um ‘racha’ na quadra, na linguagem esportiva, e hoje segue atuando na região.
“A gente acolheu algumas pessoas que queriam participar do time e em 2019 a gente oficializou [criação]. O nosso time ele já vem, que outrora já foi apenas um jogo de brincadeira, hoje a gente pode dizer que o Real está sim preparado para ir para outras comunidades”, disse.
Na tarde deste sábado, o Real SC recebeu terno novo para disputar com as equipes, o uniforme é doação do casal de médicos Fabrício Rolim e Luciana Rolim.
O técnico, bastante feliz, disse que a entrega do terno é uma realização, pois foi uma dificuldade para obtê-lo. Hayala destacou que recebeu várias negativas quando foi à procura de patrocinadores para bancarem as peças.
“Existe a misoginia, existe o machismo […]. Houve muito homens machistas dizendo que ‘o lugar da mulher é na cozinha’, não via futuro da mulher no futebol. Então, aí eu acredito que eles não tinham conhecimentos científicos de tão pouco conhecimento imundo, porque a gente vê de onde a Marta saiu, a gente vê também outras atletas tanto do futebol, vôlei e natação”, disse.
O casal de médicos que esteve no distrito prestigiando a entrega disse que a ação faz parte de um ato solidário à causa esportiva. Dr. Fabrício apontou que é através do esporte que são formados grandes cidadãos e citou exemplos de atletas brasileiros que disputam as Olimpíadas de Tóquio.
“Gosto quando jovens se ocupam a fazer esporte, eu vejo a luta deles”, destacou.
Na mesma linha de pensamento do esposo, Dra. Luciana frisou que o esporte é de grande importância para a juventude.
“Nós sabemos que o esporte além de promover a saúde, é um meio de atividade física, o esporte também é interação, é de fundamental importância em nosso meio, de entretenimento, até para que livre as pessoas de doenças psicossomáticas [desordens emocionais]”, disse.
A atleta Taiane Oliveira agradeceu o apoio recebido, o sonho realizado no terno. Ela apontou as dificuldades vividas e disse que seguirá mais firme na luta no grupo por espaço.
A jovem Alessandra Rodrigues, disse que lugar de mulher é onde ela quiser, destacando exemplos de nomes, como o da Marta da Seleção Brasileira, que superaram o preconceito.
Com a conquista, o grupo agora segue no intuito de formar uma associação para melhorar no apoio.
“Estamos com um projeto para englobar os outros times, que por ventura venham a crescer […]. Não só o futebol feminino, como o masculino, também o vôlei, o basquete”, finalizou Phabycyo Hayala.
foto divulgação