150 municípios cearenses estão na região semiárida
As previsões climáticas para 2018 continuam cercadas por mistério. Durante a 8ª reunião ordinária do Fórum Cearense de Mudanças Climáticas sobre biodiversidade e combate à desertificação, que aconteceu nessa sexta-feira (27), o presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio, disse que as previsões para o próximo ano estão melhores do que as do ano passado, mas ainda é muito cedo para afirmar como será a quadra chuvosa e, consequentemente, a situação dos reservatórios hídricos. “Estamos com condicionantes favoráveis, mas não dá para afirmar com antecedência”, explica.
A reunião trouxe à tona debates sobre o redimensionamento da região semiárida do Ceará. Hoje, 150 municípios fazem parte do nosso Semiárido, o que representa aproximadamente 81,5% do total de municípios cearenses em uma área de 126.514,90 km². Apesar de 100% da região do Estado ser suscetível à desertificação, o índice continua sendo preocupante.
Segundo o presidente da Funceme, existem três grandes “núcleos” de desertificação no Ceará que sofrem um desgaste maior, se comparados às outras cidades: Irauçuba, Jaguaribe e Santa Quitéria. “Jaguaribe, em 2005, tinha 25% de sua área já em processo de degradação ambiental. A gente tem perdas de solo e, com isso, perda de produção agrícola nos anos seguintes. É um ciclo vicioso”, detalha Eduardo Sávio. Os critérios para a delimitação do Semiárido, segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, consideram precipitação anual, índice de aridez e déficit hídrico diário. Eduardo Sávio acredita que estes critérios poderiam ser diferentes. “Há uma série de benefícios para o município ao ser incluído no Semiárido, pois existem políticas públicas voltadas para ele. Nossa reflexão é que não dá para fazer esse redimensionamento olhando só para fatores atmosféricos. Temos que olhar para aspectos ambientais, também”. (Colaborou Bárbara Câmara).
Fonte: Diário do Nordeste