Marinho se torna réu pela 2ª vez por ‘Museu do Lula’
São Paulo. A Justiça Federal de São Paulo aceitou nova denúncia contra o ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho, e o petista se tornou réu pela segunda vez, junto com outras 15 pessoas, por superfaturamento nas obras de construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador. Marinho, hoje presidente estadual do partido, é pré-candidato do PT ao governo paulista.
O juiz Marcio Oliveira diz em seu despacho que “um grupo de pessoas associou-se, de forma organizada e permanente, para a prática de delitos diversos contra a Administração Pública (Federal e Municipal), ao longo do processo de construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador, obra pública realizada com verbas municipais e federais, todas visando obtenção de ganhos ilícitos com dinheiro público”.
O objetivo da construção do museu, que ainda não ficou pronto, é homenagear o movimento sindical e, consequentemente, o ex-presidente Lula. O empreendimento é conhecido na cidade como “Museu do Lula”.
A segunda denúncia, oferecida em outubro pelo Ministério Público Federal de São Paulo, acusa o ex-prefeito de formar um conluio para fraudar a concorrência de 2011, promovida pelo município para definir a empresa que construiria o museu.
“A licitação, montada em apenas um dia, foi vencida pela empresa Construções e Incorporações CEI, registrada em nome de ‘laranjas’, que não possuía condições econômicas, nem técnicas, para executar a obra, e que, com o conhecimento de autoridades municipais, tinha um contrato de gaveta com as construtoras Cronacon e Flasa, no qual estava determinado que estas seriam as verdadeiras administradoras do canteiro de obras e dos recursos federais e municipais”, informou o MPF em nota.
Na denúncia, as procuradoras Fabiana Rodrigues de Sousa Bortz e Raquel Cristina Rezende Silvestre dizem que “após sua eleição, Luiz Marinho iniciou a concretização daquele projeto, o que implicava, primeiramente, a celebração de convênio com o Governo Federal, então sob a Presidência do aliado e integrante do mesmo partido político do acusado, Luís Inácio Lula da Silva, para obtenção de verbas necessárias a sua execução”.
Em nota, a defesa de Marinho negou as irregularidades. Em julho, Marinho já havia se tornado réu por supostos desvios e fraudes em licitação na construção do mesmo museu. Segundo o MPF, houve R$ 7,9 milhões de prejuízo para os cofres públicos.
Fonte: Diário do Nordeste