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Ministro Imbassahy pede demissão do governo

Brasília. O tucano Antonio Imbassahy pediu demissão na sexta-feira (8) do comando da Secretaria de Governo, um dia antes da convenção nacional do PSDB que decidirá os rumos do partido. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator da CPI Mista da JBS, assumirá o cargo, cuidando da articulação política com o Congresso em um momento em que o governo Michel Temer enfrenta dificuldades para votar a reforma da Previdência.

Os tucanos estão divididos em relação às mudanças nas aposentadorias. Em carta de três páginas enviada a Temer, Imbassahy disse que foi um grande desafio atuar na função em um período de radicalização pós-impeachment, com uma grande fragmentação partidária, “em meio a enormes dificuldades econômicas e fiscais”.

“Agora precisamos novamente do apoio do Congresso para avançar com a reforma da Previdência, garantindo sustentabilidade ao sistema em benefício das próximas gerações”, escreveu o ex-ministro, que reassumirá o mandato de deputado.

Carta

Na carta, Imbassahy não menciona o racha do PSDB, que neste sábado (9) elege o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para a presidência da legenda.

Fiador da entrada dos tucanos no primeiro escalão, o senador Aécio Neves (MG) já havia sugerido que Temer e os ministros acertassem as demissões até a convenção. Em sua carta, Imbassahy afirma que o PSDB “decidiu apoiar o governo sem contrapartida alguma, além de um compromisso programático”.

Na prática, a saída dilui o impacto político da convenção do partido. “Essa questão do desembarque do governo é página virada”, disse o líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP).

O ex-ministro já vinha rascunhando a carta de demissão.

Criticado por partidos do Centrão – principalmente pelo PP -, Imbassahy é o segundo tucano que pede demissão. O primeiro foi Bruno Araújo (PE), que comandava o Ministério das Cidades, e foi substituído por Alexandre Baldy. Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, também deixará o cargo. O titular das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, será o único tucano que permanecerá.

 Resposta presidencial

Após receber o pedido de demissão de Imbassahy, Temer agradeceu ao tucano, a quem chamou de “prezado amigo”.

“Eu, o governo e o País devemos muito a você”, afirmou.

Pressionado pela ala governista do PSDB, o presidente chegou a segurar o ministro por alguns dias, depois que, em 22 de novembro, houve o “vazamento” da informação de que Marun iria para o seu lugar. Marun deve assumir na próxima semana depois de concluir o trabalho de relator da CPMI da JBS.

Fonte: Diário do Nordeste