Apesar de popularidade baixa, Temer diz que terá candidato
Brasília. O presidente Michel Temer (PMDB) disse, ontem, que o governo deverá ter candidato nas eleições do ano que vem. Em entrevista a uma emissora de rádio, Temer afirmou não saber quem será o candidato que terá o apoio do governo, como será a aliança, nem se seu próprio partido, o PMDB, terá candidatura própria.
Garantiu, no entanto, que o nome escolhido será de alguém com o compromisso de dar continuidade às reformas. “Quem for candidato apoiado pelo governo terá que apoiar o legado”, comentou o presidente.
“Quem vier a ser candidato terá que defender as reformas e, ao defender as reformas, estará cravado no programa dele o governo Temer”, declarou o peemedebista, reiterando que o candidato não será ele próprio.
Temer reafirmou na entrevista a expectativa de aprovação da reforma da Previdência em fevereiro, de forma que, segundo ele, o próximo presidente não terá que liderar muitas outras reformas Segundo ele, com a recuperação econômica e dos empregos, a tendência é que o governo tenha índice de aprovação muito maior até maio. “Tenho absoluta convicção de que isso vai acontecer”, previu.
Alianças
Temer afirmou que ainda não sabe como serão as alianças feitas pelo PMDB (agora MDB), mas disse que deseja um candidato “ponderado, equilibrado e estadista” para sua sucessão no Palácio do Planalto. Assim, na avaliação de Temer, o futuro presidente poderia trabalhar para uma mudança do presidencialismo para o semipresidencialismo e trazer mais estabilidade para o País, pois, caso o governo não vá bem, quem cai é o primeiro-ministro, não o presidente.
A mudança no sistema de governo, no entanto, é defendida pelo presidente apenas para a partir 2022. Um dos motivos que justificam a mudança, segundo ele, é número de presidentes que foram depostos por impeachment, em referencia aos presidentes cassados Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff.
“Veja quantos presidentes foram depostos por impeachment”, disse Temer.
Sem apoio do Congresso, o primeiro-ministro receberia o chamado “voto de desconfiança”, quando os parlamentares expressam ausência de governabilidade. “A ideia é transferir responsabilidade governamental ao Poder Legislativo”, afirmou.
Temer contou que tem “discutido muito” esse tema com o presidente do TSE e ministro do STF Gilmar Mendes, e com os presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Ibope
Temer também interrompeu a tendência de queda da popularidade do governo, contabilizada nos últimos meses. Os 3% avalizados em setembro deste ano tiveram acréscimo de 3 pontos percentuais, levando a popularidade do presidente ao patamar de 6% em dezembro.
O levantamento, realizado em parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ibope, também detalha que a avaliação ruim ou péssima do presidente recuou.
Enquanto em setembro o número de pessoas insatisfeitas com o governo de Temer chegava a 77% dos entrevistados, no levantamento divulgado ontem esse número cai para 74%.
Um dos pontos importantes para a mudança desses índices está na análise da população sobre os investimentos em algumas áreas de atuação governamental. A mais sensível foi em relação ao meio ambiente.
Em setembro, a pesquisa contabilizou uma queda acentuada em relação à avaliação da população sobre as políticas do meio ambiente -mesma época em que se discutiu o futuro da reserva da Amazônia. Agora, o levantamento mostra que houve recuo de 4 pontos percentuais.
Em relação ao governo Dilma Rousseff, a pesquisa revelou ainda que 59% dos brasileiros acreditam que o governo de Michel Temer é pior que o da petista.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 127 municípios e foi realizada entre os dias 7 e 10 de dezembro deste ano.
Fonte: Diário do Nordeste