Atividade econômica do Estado cresce 2,43% de acordo com estudo do BC

Após uma leve retração na passagem de junho para julho, a atividade econômica do Ceará ficou praticamente estável em agosto, com alta de 0,01% ante julho. Na comparação com agosto de 2016, no entanto, o indicador apresentou um crescimento de 2,43% no Estado, superando os resultados obtidos tanto no Nordeste (1,50%) como no Brasil (1,46%), para o mesmo período. Os dados, divulgados ontem (18), são dessazonalizados (ajustado para o período) e compõem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central para o Estado (IBC-CE), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

De janeiro a agosto, a atividade econômica cearense registrou alta de 0,20% e no acumulado de 12 meses retração de 1,18%. Nessas duas comparações, o Estado apresentou resultados melhores do que o do Nordeste (-0,23% e -1,29%, respectivamente) mas inferiores à média nacional (0,42% e -0,89%, respectivamente).

O crescimento de agosto, na comparação com igual mês do ano passado, foi puxado pelo desempenho da indústria cearense, que subiu 4,6%. O avanço do setor ocorreu em decorrência da crescente produção da indústria de transformação especialmente nas atividades de metalurgia (+31,1%), produtos alimentícios (+12,2%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios, com alta de 10,8%.

Outro fator que influenciou positivamente foi o comércio, que apresentou relevante crescimento (4,3%), sendo o quarto mês seguido de números positivos nessa base de comparação.

Trimestre

No segundo trimestre deste ano, o PIB do Ceará apresentou sinais de melhora, com alta de 2,17% na comparação com o mesmo período de 2016, segundo dados preliminares do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). De janeiro a junho, a economia do Estado cresceu 0,77%. Nesse período, o setor da agropecuária foi o que apresentou o maior crescimento, com avanço de 41,26%. E o setor de serviços, o de maior peso no PIB estadual, cresceu 0,13% enquanto o da indústria apresentou queda de 0,17%.

O resultado positivo do segundo trimestre interrompeu uma sequência de oito quedas trimestrais consecutivas, o que foi visto pelo governo como um indicativo de que o período recessivo teria ficado para trás. A expectativa dos especialistas do Ipece é de que o próximo índice trimestral confirme a saída do Estado do processo recessivo.

Brasil

Depois de dois meses seguidos de crescimento, a atividade econômica no Brasil registrou queda em agosto. O IBC-Br dessazonalizado apontou queda 0,38% em agosto.

Opinião do especialista

‘Recuperação ocorre de forma gradual’

Quando se analisa o indicador de atividade da economia cearense, sob a ótica do acumulado nos últimos 12 meses, ainda se observa um cenário econômico no campo negativo, onde a recuperação da economia vem ocorrendo de forma gradual, mas que aponta clara trajetória de recuperação.

A atividade econômica do Ceará deve continuar nessa trajetória em razão da melhora de indicadores macroeconômicos, como a inflação e os juros, que repercutem no poder de compra dos consumidores. Adicionalmente, os próximos meses, que naturalmente apresentam maior dinâmica econômica, com aceleração das vendas no comércio, e também da maior demanda no setor de serviços, deverão impactar positivamente o indicador de atividade econômica do Ceará, calculado pelo Banco Central.

Allisson Martins

Fonte: Diário do Nordeste