Cabral condenado pela terceira vez
Rio de Janeiro. O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) foi condenado, na sexta-feira (20), pelo juiz Marcelo Bretas a 13 anos de prisão por lavagem de dinheiro na Operação Mascate. Esta é a terceira condenação do peemedebista em desdobramentos da Lava-Jato no Rio. Cabral, que completará no mês que vem um ano de prisão, ainda é réu em outras 13 ações da Lava-Jato.
Com a sentença da sexta, a pena total imposta ao ex-governador soma 72 anos de reclusão. Além dos 13 anos de prisão, Cabral terá de pagar 480 dias-multa (R$ 40 mil).
A ação se refere à lavagem de dinheiro de R$ 3,4 milhões feita pelo ex-assessor do peemedebista Ary Filho por meio de concessionárias de carro que firmaram contratos fictícios.
Também foram condenados Carlos Miranda, apontado como operador financeiro do ex-governador, a 12 anos de reclusão por lavagem de dinheiro, além do ex-assessor Ary Filho, a 9 anos e 4 meses por lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa.
A denúncia aponta simulação de serviços de consultoria e aquisição de veículos e imóveis para lavar recursos ilícitos.
A lavagem, segundo a acusação, tinha por objetivo converter os recursos de propina “em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção do esquema atribuído a Sérgio Cabral”.
Corrupção
Em setembro passado, Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, já havia sentenciado Cabral a 45 anos e 2 meses de reclusão, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Antes, o ex-governador havia sido condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 14 anos e 2 meses de prisão, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Cabral está preso desde 17 de novembro do ano passado. “Toda a atividade criminosa aqui tratada teve a finalidade de que Sérgio Cabral, seus familiares e comparsas integrantes da organização criminosa desfrutassem de uma vida regalada e nababesca”, escreveu Bretas.
Defesa
O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, disse que a sentença “choca, não só pela injustiça da condenação, mas por ter sido a que mais se afastou das provas e a que mais violou direitos e garantias”. As defesas de Ary e Carlos Miranda não foram localizadas.
Fonte: Diário do Nordeste