Ceará

Camilo fortalece possibilidade de reeleição no primeiro turno

O governador Camilo Santana (PT), candidato à reeleição, aumentou a distância para o segundo colocado, General Theophilo (PSDB), na segunda pesquisa Ibope/TV Verdes Mares para o Governo do Estado, divulgada ontem (24). Com 69% das intenções de voto, enquanto Theophilo tem apenas 7%, Camilo fortalece, conforme indica o levantamento, a possibilidade de ser reeleito no primeiro turno. Para analistas políticos, os números refletem poder de aglutinação governista e baixa mobilização da oposição, enfraquecida com a saída de lideranças.

No primeiro levantamento do Ibope neste pleito, divulgado no primeiro dia da campanha, em 16 de agosto, o petista tinha 64% das intenções de voto no cenário estimulado – quando os candidatos são apresentados aos eleitores -, 60 pontos percentuais a mais que Theophilo, com 4%. Agora, Santana tem 69%, enquanto o tucano tem 7%. Na prática, Theophilo oscilou dentro da margem de erro do levantamento, de três pontos percentuais para mais ou para menos, enquanto o petista cresceu nas intenções de voto.

A pesquisa ouviu 1.204 eleitores em 60 municípios, entre os dias 21 e 23 de setembro. O nível de confiança do levantamento é de 95%, ou seja, há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral. A pesquisa foi registrada no TSE com o número BR-09794/2018, e no TRE com o número CE-9.888/2018.

Hélio Góis (PSL) permaneceu com os 2% da primeira pesquisa. Ailton Lopes (PSOL) e Francisco Gonzaga (PSTU), que tinham os mesmos 2%, agora têm 1% da preferência dos entrevistados. O candidato do PCO, Mikaelton Carantino, novamente, não pontuou. Brancos e nulos passaram de 17% para 13%, e os que não sabem ou não responderam, de 9% para 6%.

A pesquisa espontânea, onde nenhum nome é apresentado, mostra novo crescimento de Camilo Santana (PT), de 22% para 38%. General Theophilo, que tinha 1% , marcou 3%. O postulante do PSL, Hélio Góis, tem 1%, mas Ailton Lopes (PSOL) e Francisco Gonzaga (PSTU) não tiveram intenções declaradas para somar 1%. “Outros” foram citados por 8% dos entrevistados. Brancos e nulos caíram um ponto percentual, aparecendo agora com 13%. Os que não sabem ou não responderam tiveram queda de 56% para 37%. O Ibope também consultou os entrevistados sobre em quem “não votariam de jeito nenhum” nestas eleições ao Governo do Estado (veja gráfico acima).

Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o cientista político Cleiton Monte avalia que o resultado positivo para Camilo, com o crescimento na segunda pesquisa, era esperado. A expectativa, opina, é que o petista, até o fim da campanha, aumente a margem em relação ao segundo colocado.

“Acredito que Camilo, seguindo essa tendência, vai ter uma das maiores votações do País, porque existe uma possibilidade de ele ganhar no primeiro turno, e esse percentual pode aumentar ainda mais, porque a rejeição dele está muito baixa”, diz.

Influência

Cleiton Monte cita a boa avaliação do governador junto ao eleitorado, mesmo com os problemas declarados na área da Segurança Pública, e a junção de forças em torno do Governo como fatores que justificam o desempenho do petista. “As principais lideranças do Estado estão com Camilo Santana, diferente do que ocorreu em 2014. Tivemos campanha competitiva porque os prefeitos, os deputados, as lideranças estavam divididas entre Camilo e Eunício (Oliveira). Agora temos baixa competitividade. Além desses aspectos, há a fragilidade da oposição”.

Avaliação semelhante faz o doutor em Sociologia e professor de Teoria Polícia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Emanuel Freitas. Para ele, as eleições no Estado têm a peculiaridade da baixa competitividade, à exceção dos pleitos de 2002, de Lúcio Alcântara, e de 2014.

“As lideranças políticas tendem a se concentrar naquele que está ocupando o Palácio da Abolição, como está acontecendo agora. Você teve várias lideranças, Domingos Filho, por exemplo, e o próprio Eunício Oliveira, que estavam rompidos com o governador e, às vésperas da eleição, voltaram para a base”, explica.

O sociólogo afirma que outro ponto observado é a baixa competitividade do próprio candidato oposicionista, General Theophilo (PSDB). “Era um candidato que veio, que foi escolhido única e exclusivamente para disputar o Governo do Estado”, analisou. Fator também relevante, lembra Emanuel Freitas, é o apoio do ex-governador Cid Gomes (PDT) e dos candidatos à presidência Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). “O discurso do novo não pegou no caso do General Theophilo. Apareceu mais como ameaça do que como promessa”, finalizou.

Aprovação

O governador Camilo Santana (PT) também teve seu Governo avaliado pelos entrevistados pelo Ibope e registrou 58% de aprovação, enquanto 9% desaprovaram a gestão, 29% consideraram-na regular e 5% não souberam ou não responderam. Na pesquisa anterior, o petista tinha 46% de aprovação, 34% classificaram como regular, 16% desaprovaram e 5% não souberam ou não responderam.

Já a maneira de governar do candidato à reeleição teve aprovação de 75% das pessoas consultadas na pesquisa. Outras 17% desaprovaram e 8% não souberam ou não responderam. No levantamento de 16 de agosto, o petista tinha 65% de aprovação, 26% de desaprovação e 9% entre os consultados que não souberam ou não responderam sobre a forma de administrar.