CE: número de investidores na Bolsa sobe 32,6%
Em apenas um ano, o número de cearenses que investem na Bolsa de Valores cresceu 32,6% enquanto no Brasil o aumento foi de 20,7%, no período entre junho de 2017 e julho deste ano, segundo dados da B3.
A quantidade de investidores pessoa física no Estado saltou de 7.052 para 9.356, o que corresponde a 1,3% das 715.420 contas cadastradas no País. No Ceará, as mulheres apresentaram o maior avanço no número de investidores, de 33%, passando de 1.315 para 1.750. E o número de homens passou de 5.737 para 7.606, alta de 32%.
Um dos principais fatores que vêm contribuindo para o crescimento do número de investidores pessoa física no País é queda da taxa básica de juros (Selic), que está no mais baixo patamar histórico.
Com isso, muitos investidores que até poucos anos conseguiam retornos, com baixo risco, de cerca de 1% ao mês, decidiram migrar para alternativas mais arriscadas, como o mercado de ações, que oferece maior potencial de valorização.
Fatores
“O principal motivador desse crescimento no País é a queda da taxa de juros”, diz Raul dos Santos, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE). “No entanto, com relação ao crescimento no Ceará, acima da média nacional, vale lembrar que apesar de ser um estado pobre, há um grande número de pessoas que se interessam pelo mercado de ações, com empresários que gostam do mercado financeiro”.
Apesar do crescimento expressivo no número de CPFs cadastrados na Bolsa, o valor total investido pelos cearenses somou R$ 1,61 bilhão em julho, alta de 11% em relação ao valor em junho de 2017 (R$ 1,45 bilhão).
No entanto, a participação dos investidores do Estado caiu de 1,05% no ano passado para 0,88% do volume total aplicado na Bolsa. No período, o valor global no País cresceu 31,5%, passando de R$ 138,4 bilhões para R$ 182,1 bilhões.
Embora os homens representem 81% dos investidores no Estado, e detenham 67% do volume aplicado pelos cearenses (R$ 1,09 bilhão), as mulheres cearenses, que somam R$ 0,51 bilhão, têm, em média, R$ 291 mil investido na Bolsa enquanto a média entre os homens é de R$ 143 mil.
Hoje, o Ceará é o 11º Estado com maior valor investido na bolsa e o 12º em número de investidores. No Nordeste, fica atrás da Bahia e de Pernambuco nas duas comparações.
Rentabilidade
Segundo Raul dos Santos, além da busca por uma rentabilidade mais alta, outro fator que tem contribuído para o crescimento de investidores em renda variável é a atuação, no Estado, dos agentes autônomos, profissionais credenciados por corretoras para dar orientações de investimentos aos clientes.
“A figura do agente autônomo é muito qualificada. E grandes casas do País que trabalham no mercado de ações estão acessando profissionais liberais, como médicos e advogados, oferecendo uma grande gama de produtos que essas pessoas não tinham acesso através de bancos convencionais”, diz. “A XP Investimentos, por exemplo, cresceu muito aqui na nossa região”, completa.
Faixa etária
Com relação à faixa etária dos investidores brasileiros, 43,6% do valor aplicado em Bolsa estão nas mãos de pessoas com mais de 66 anos. Apesar desse grupo representar apenas 15% do número de investidores, ele detém R$ 79,56 bilhões investido.
Já o grupo com idade entre 36 anos e 45 anos é o que tem o maior número de investidores (189.546), e detém um volume R$ 21,38 bilhões.
“É natural que os mais velhos tenham mais recursos alocados, que sejam mais bem-sucedidos do que pessoas mais jovens”, diz Raul dos Santos.
“O que a gente vê, é que cada vez mais os mais jovens, principalmente nessa faixa entre 35 e 45 anos, estejam experimentando mais. São pessoas que já têm maturidade e ainda estão na fase de formação de patrimônio. Além disso, muitos, nesse perfil, hoje estão insatisfeitos com os retornos da renda fixa”, conclui o executivo.
Diário do Nordeste