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Com pedidos na Jusiça, posse de ministra vira alvo de ações

Rio de Janeiro. Um grupo de advogados começou a entrar, ontem, com ações populares na Justiça Federal do Rio de Janeiro para tentar suspender a nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho – a posse está marcada para amanhã.

Um dos integrantes do Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (Miti) é Carlos Alberto Patrício de Souza, que defende um dos motoristas que processou Cristiane Brasil por uma dívida trabalhista.

“Estamos entrando com ações em várias comarcas porque, se uma indeferir, pode ser que outra aceite (o pedido de liminar para suspender a posse)”, afirmou Souza.

“O argumento é com base no princípio da moralidade. Se ela (Cristiane Brasil) infringe as leis trabalhistas, não pode ser ministra do Trabalho”.

O advogado afirmou que o movimento estuda entrar com ações em outros estados.

“Se perdermos, vamos entrar com ações no Brasil inteiro, como aconteceu no caso do Lula”, acrescentou o defensor, lembrando da tentativa frustrada da então presidente, Dilma Rousseff, de nomear o petista como ministro da Casa Civil, o que foi barrado pela Justiça.

Souza defende Leonardo Eugênio de Almeida Moreira, um dos dois motoristas que processaram Cristiane por não terem a carteira assinada enquanto eram empregados dela. Com Moreira, a futura ministra do Trabalho fez um acordo para pagar R$ 14 mil, em dez parcelas. Os R$ 1.400 mensais não estão saindo diretamente da conta bancária de Cristiane, mas sim da conta de uma funcionária do gabinete dela na Câmara.

Na semana passada, o Sindicato dos Advogados do Rio já havia manifestado “indignação e repúdio” à indicação de Cristiane para o ministério.

A escolha de Cristiane para o Ministério do Trabalho foi anunciada pelo ex-deputado Roberto Jefferson, pai dela e presidente do PTB, após uma reunião com o presidente Michel Temer.
Fonte: Diário do Nordeste