Ceará

Deputados estão alheios aos acordos das alianças

Os deputados estaduais cearenses têm sido tomado de surpresas com as informações sobre entendimentos entre alguns dirigentes partidários com vistas a alianças para a disputa de cargos majoritários nas eleições do próximo ano, tanto da parte do Governo quanto da oposição. Eles não são chamados a discutir as possibilidades de coligações e, por isso, não podem falar muito para os jornalistas e eleitores dos entendimentos em curso.

Primeiro foi o anúncio da negociação entre o senador Eunício Oliveira e o governador Camilo Santana. E agora, foi o anúncio feito pelo deputado federal Genecias Noronha sobre o encontro de oposicionistas com o senador Tasso Jereissati, quando o este garantiu que as oposições terão candidato a governador, sem, no entanto nada mais adiantar, gerando a especulação de que ele próprio poderia disputar o Governo.

Antes, depois de um encontro também com o senador Tasso, o vice-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, anunciou que as oposições dariam um ultimato ao senador Eunício Oliveira, sobre se ele será ou não candidato a governador concorrendo com o governador Camilo Santana. Eunício, até a última terça-feira ainda estava fora do Brasil, embora os seus liderados tenham mantido a mesma posição de silêncio quanto ao seu entendimento com Camilo.

Até o início do próximo ano, embora a oposição queira ter uma definição da sua parte sobre os candidatos aos cargos de governador e senador, ninguém confirmará aliança ou anunciará candidatos, a exceção do governador Camilo Santana, já em campanha na busca da reeleição. Até lá, todos os principais líderes políticos continuarão afirmando que ainda é cedo para as definições de nomes, estipulando a especulação, que é o próprio do ambiente político.

Mobilização

Embora havendo a possibilidade de surgirem mais de um candidato a governador, para os políticos cearenses, só o governador e o nome a ser apontado pelo senador Tasso Jereissati serão competitivos em 2018. Camilo, por enquanto, é o único a fazer campanha, nos dias atuais, mesmo com o nome de realizar ações administrativas.

Como as oposições não têm nome acertado, a mobilização que os partidos fazem com vistas à disputa do próximo ano são encontros no Interior do Estado, anunciando que terão candidato para concorrer ao Governo.

Apesar das promessas de candidatura própria a unidade da bancada oposicionista em torno de um tema central na Assembleia ainda está longe de acontecer. O deputado Roberto Mesquita (PSD), por exemplo, disse que, “naturalmente, a oposição está dividida, porque o poder da ‘máquina’ do Governo faz se ter maior coesão do lado de lá”. No entanto, ele ressaltou que a recente manifestação de união entre as lideranças da bancada dá um novo ânimo aos opositores.

“A oposição foi atacada e isso nos abalou, porque quadros muito bons foram para o Governo”, lamentou. Para o parlamentar, a possibilidade, ainda vigente, de aliança entre Eunício Oliveira e Camilo Santana “soa como um balde de água fria” em uma possível candidatura de oposição.

“Quando se admite essa possibilidade, causa o enfraquecimento da oposição, que precisa se mostrar unida e forte. Se quer se aliar, acaba nos enfraquecendo”, disse. O deputado Heitor Férrer (PSB) ressaltou que a possibilidade de aliança entre o senador Eunício Oliveira e o governador Camilo Santana transmite a ideia d que a discussão gira em torno de “conveniências de mandato”.

Possibilidade

“Isso é muito ruim, porque nessa visão demonstra que o Eunício se opõe aos Ferreira Gomes e pode se aliar a eles. Para o Ceará é ruim ter oposição que se utiliza disso para se manter”. Ele ressaltou que há uma opções a mais na oposição, como Roberto Pessoa e Capitão Wagner, ambos do PR.

Fernanda Pessoa (PR), ao contrário dos demais parlamentares de oposição, tem demonstrado animação com a possibilidade de uma eventual candidatura de Tasso ao Governo do Estado. Segundo ela, o nome de Tasso se sobressai sobre os demais porque ele, em décadas de carreira política, nunca se envolveu em qualquer caso de corrupção, diferente de muitos políticos.

Capitão Wagner, por sua vez, acredita que o momento político deve impulsionar a organização dos deputados de oposição quanto à deficiência da prestação de serviços do Governo do Estado. Ele destacou, por exemplo, que a situação hídrica e da segurança pública serão dois pontos que devem ser mais abordados pelos opositores.

Já Odilon Aguiar (PMB) salientou que “as especulações procuram desarticular a oposição, mas em conversas com as lideranças percebemos que há toda uma empolgação em fortalecer uma chapa de oposição”. “Os problemas do Ceará continuam os mesmos, e neste ponto é que a oposição deve efervescer, até porque nas ruas a população cobra muito nosso posicionamento”, apontou.

Fonte: Diário do Nordeste