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“É melhor que se faça bem do que se faça rápido”, diz FMI sobre reforma da Previdência

O diretor do Fundo para Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, afirmou nesta quinta-feira (25), em Washington, que um atraso da reforma da Previdência seria mais bem-vindo – se as mudanças forem mais profundas no futuro – do que agilizar a aprovação de uma reforma mais tímida.

“É melhor que se faça bem do que se faça rápido. Um atraso de quatro, cinco, seis meses não seria tão importante quanto uma reforma muito diluída e que se faça de maneira rápida, que dá mais sinais de debilidade que de força”, disse.

É melhor que se faça bem do que se faça rápido", disse Alejandro Werner, do FMI
É melhor que se faça bem do que se faça rápido”, disse Alejandro Werner, do FMI

O diretor do FMI destacou a importância da aprovação da reforma da Previdência para que o país tenha contas públicas normalizadas a médio e longo prazo. Ainda segundo Werner, o país deve continuar a implementar mais reformas econômicas. Segundo ele, a proximidade das eleições faz com que incertezas reduzam as previsões de crescimento deste ano:

“O investimento não será tão dinâmico como poderia ter sido. Por isso, temos alguma diferença em relação a outros analistas. Esperamos um crescimento de 1,9% neste ano, enquanto que há outros que estimam um crescimento de 3%. Não somos tão otimistas pois acreditamos que o investimento será afetado pelas incertezas sobre qual será o mandato do novo governo para seguir com a agenda de reformas”, disse.

Werner ainda comentou sobre a confirmação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o impacto disso na eleição. Ele reforçou que decisões de investimentos podem ser adiadas por causa do cenário político, e que o próximo governo vai precisar de um mandato muito forte para implementar estas políticas. “Um processo eleitoral que poderia ter um maior nível de conflitos também gera incertezas e poderia adiar o investimento. Mas não estamos usando este cenário no momento”, destacou.

Jornal do Brasil