Várzea Alegre

Encontro de doador de medula com criança receptora é marcado pela emoção

Como anunciado por essa reportagem, no sábado, 14, o professor varzealegrense Eduardo Sá, 29 anos, conheceu em Natal, aquela que ele ajudou por meio de uma doação de medula óssea, feita há dois anos atrás, a pequena Clara Braz, 10 anos.

Após largos passos, os dois ficaram frente a frente e a pequena mesmo com a pouca idade apresentou o significado do amor e abraçou Eduardo bastante emocionada. Em reportagem, da Inter TV, afiliada a TV Globo, ela demonstrou afinidade pelo seu doador.

_Gosto muito dele.

Eduardo que saiu de Várzea Alegre na quarta-feira, 11, também não guardou a sua gratidão pelo encontro.  À reportagem concedida a Inter TV, ele disse que as dificuldades passadas, não significariam nada diante daquele momento. O professor foi destaque nos meios de comunicação local pela boa ação como doador, ele viajou 19 horas, de Várzea Alegre para Natal.

O encontro foi promovido pela Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do Rio Grande do Norte – HATMO-RN, e reuniu várias crianças.

_A sensação aqui é maravilhosa… Muitos voluntários, muitas histórias. Conheci pessoas que venceram a batalha contra o câncer e outras que perderam entes queridos, por conta do destino, por conta de doadores que desistiram na hora, mas o mais absurdo que achei foi saber de crianças que morreram por conta de greves por falta de recursos. Disse.

E completou

­_Rosali, presidente da Hatmo, é uma guerreira. Ela corre, mexe com um, com outro e ajuda a muitas famílias que não tem condições de manter o tratamento. Esse final de semana ficou marcado não só pelo encontro com Clarinha, mas porquê conheci verdadeiros guerreiros na luta para salvar vidas.

O transplante de medula óssea em Clara Braz, curou a leucemia LLA, ela foi diagnosticada com a doença quando tinha apenas 4 anos e durante 2 anos e meio fez tratamento de quimioterapia. Após esse período teve recaídas e foi indicada para o transplante. “Não encontramos doador compatível na família. Depois que ela entrou no cadastro Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) passou 1 ano esperando. Nesse ano quase perdi minha filha, pois ela teve 2 recaídas, mesmo fazendo quimioterapia”, relembra a mãe de Clara, Irani Braz.

Irani conta que o transplante teve que ser feito em Jaú, pois, na época, os transplantes em crianças estavam paralisados no Rio Grande do Norte. “Encontramos 2 doadores no Redome, mas em Natal os transplantes não estavam sendo realizados. Tivemos que viajar para São Paulo. Ficamos mais de 8 meses lá. Nesse período, ela chegou a ir para UTI e a ficar sem andar. Mas hoje minha filha está aqui para contar a história. Graças a Deus esse anjo maravilhoso apareceu”, conta, emocionada, Irani.

Hoje Clara tem uma vida normal, voltou a estudar, depois de passar anos entrando e saindo da escola e de hospitais. Mas a cada 3 meses ainda precisa voltar a Jaú para consultas e exames.

Eduardo afirma que o transplante mudou sua maneira de ver a vida. “A gente só sabe o valor da vida quando passamos por certas situações.Eu me senti vivo e mais humano em poder salvar uma vida”, destaca.

No evento, ainda foram soltos para o céu vários balões da cor vermelha, que simbolizaram cada criança que infelizmente não conseguiram um transplante e morreram.