Fake news: o desafio dos candidatos nas eleições

“Quem consegue se proteger das fake news? Elas são incontroláveis”. A declaração é do deputado federal Cabo Sabino (Avante) e sintetiza boa parte do pensamento de políticos que irão concorrer às eleições deste ano. Diante da preocupação, os parlamentares que tentarão renovar os mandatos apostam na montagem das equipes para um trabalho que, na prática, já começou.

“A maior defesa nas redes sociais é ter uma equipe sempre pronta para responder, informar e esclarecer os eleitores acerca das notícias falsas”, frisa.
Sabino avalia que a Justiça Eleitoral “não terá como conter as fake news”. Contudo, frisa que “os casos comprovados” devem ser punidos com rigor que a lei.

Já o deputado federal José Guimarães acredita que é possível combater as notícias falsas oferecendo ao eleitor a “contrainformação”. “A principal arma para combater as “fakenews” é a informação qualificada. Antes de espalhar uma informação duvidosa, pesquise antes em páginas de credibilidade. Nós do Partido dos Trabalhadores muitas vezes somos vítimas de notícias falsas. A única defesa que temos, já que não existe uma legislação específica sobre o tema, é a contrainformação”, orienta Guimarães.

A deputada federal Luizianne Lins (PT/CE), que é ex-prefeita de Fortaleza, pondera que os danos causados pela divulgação das notícias falsas podem ser irreversíveis dentro do processo eleitoral. “As fake news serão um desafio nesse processo eleitoral, pois é muito grave a disseminação de falsas informações. Os danos causados podem ser irreversíveis. O combate terá de ser por meio de um forte trabalho de proteção nas redes sociais, por parte de cada candidato, envolvendo trabalho de comunicação e jurídico”, ressalta.

A parlamentar, no entanto, ainda tem dúvidas sobre a repercussão do problema nas eleições deste ano, uma vez que ainda não é possível medir o alcance deste movimento virtual. “Trata-se de uma realidade nova, surgida a partir dos novos hábitos de uso das redes sociais, que hoje são de fácil acesso a muitos. Assim, a tendência é ser um cenário surpreendente. Não dá pra prever se a Justiça está, de fato, preparada. Realmente esta será uma preocupação. Porque a informação é muito rápida, instantânea e anônima”, diz Luizianne.

A vereadora Larissa Gaspar (PPL) avalia que a melhor maneira de tentar se proteger das fake news em um processo eleitoral é a transparência. “Acho que a principal medida é a transparência e a prestação de contas de todo ato, de toda agenda, de toda iniciativa. Mantemos nossas redes sociais atualizadas, respondemos comentários, dialogamos com todos. Quem nos acompanha nos conhece e dificilmente cairia numa fake news”, acredita.
Para a parlamentar, no entanto, a distribuição de notícias falsas no meio virtual deve ser vista com preocupação. “Temos visto nos noticiários essa polêmica não apenas sobre fake news mas também a venda de dados dos usuários de redes sociais para que campanhas direcionem seus conteúdos. As duas coisas são preocupantes sim.

Precisamos combater a fake news disseminando para as pessoas como checar minimamente a veracidade de qualquer informação antes de compartilhar. Ao mesmo tempo, toda pessoa pública precisa produzir e fazer circular seu conteúdo”, pontua Gaspar.
Mesmo diante do desafio, Larissa diz acreditar na fiscalização eficiente da Justiça Eleitoral. “Acredito que esses novos desafios para a Justiça de maneira geral estão sendo tratados com seriedade e que a fiscalização não deixará a desejar. Surgem novas fraudes a todo momento, mas a polícia e Justiça vão se aprimorando na mesma medida”, destaca.

O que é uma fake news
O termo fake news é usado para se referir a notícias falsas ou imprecisas que são publicadas, majoritariamente, na Internet. Essa expressão, que significa literalmente “notícias falsas”, em português, já existe há bastante tempo. Entretanto, ganhou popularidade após ser usada repetidamente pelo então candidato Donald Trump, durante as últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2016, e foi, inclusive, considerada a palavra do ano em 2017 pelo dicionário Collins.
Fonte: Techtudo