Filho da enfermeira Lúcia Sousa, Felipe Sousa agora é mestre em ciência da computação
O jovem varzealegrense Felipe Sousa, 26 anos, filho da doutora Lúcia Sousa, atual enfermeira de vigilância em saúde do município de Várzea Alegre, obtém uma nova conquista em sua vida na fase estudantil. Residindo fora do país há quase 4 anos, especialmente na Alemanha, o jovem agora é mestrado em Ciência da Computação.
A informação foi compartilhada por ele mesmo, em um pequeno post na sua conta no Facebook. Sempre esforçado, em Várzea Alegre foi estudante do Colégio São Raimundo Nonato e ao se empenhar bastante nos estudos as oportunidades foram surgindo. Distante de nossa reportagem, mas conectado por meio da Internet, e com fuso horário totalmente diferente do nosso, ele conversou com a reportagem e respondeu algumas indagações.
Felipe destacou logo de início o seu sentimento pela conquista. “O sentimento é de dever cumprido, mas foi apenas uma etapa. A batalha continua”.
Ele narrou toda a sua trajetória, desde os tempos de Colégio São Raimundo, até a conquista de mais uma etapa, o mestrado.
“Eu sempre estudei bastante desde cedo. É importante gostar de estudar, mas muita gente não gosta, pois, a recompensa só vem a longo prazo. Depois de ter concluído o ensino fundamental no Colégio São Raimundo e o ensino médio no Colégio Pólos (Iguatu), eu estava decidido a fazer Ciência da Computação, pois era o que achava que gostaria de fazer, mas naquele momento era apenas um chute. Decidi então pesquisar qual a melhor Universidade que poderia me proporcionar essa conquista. Naquele momento, por questões de distância e condições financeiras, a opção mais viável era a UFCG em Campina Grande. Direcionei toda a minha atenção naquele vestibular, foi a única prova que fiz, estava determinado a passar lá, qualquer outra Universidade não era uma opção.
Depois de conseguir êxito no vestibular, eu comecei os estudos em 2009. Fui um aluno mediano, nunca fui de tirar 10 em todas as provas, mas sempre fiz o dever de casa e passei em todas as cadeiras. No segundo período da faculdade, fui trabalhar em um laboratório que dava oportunidade aos alunos de entrar em contato com o mercado de trabalho desde cedo. Ganhei bastante experiência lá trabalhando com empresas como a Nokia, AOC e Envision. Por causa dessa experiência, no meu oitavo período, fui selecionado para estudar por um ano na Alemanha como bolsista do programa Ciência sem Fronteiras.
Na Alemanha eu estudava na Universidade Técnica de Dresden (TU Dresden). Uma das 150 melhores universidade do mundo, décima da Alemanha. Na Universidade meu trabalho era basicamente assistir algumas aulas para aprofundar meus conhecimentos e ajuda no desenvolvimento de um software que permitiu a integração do sistema de passagens que se usa no transporte público em todo o país. Com o término do intercâmbio retornei ao Brasil para conclusão do curso na UFCG. Depois de formado, comecei a trabalhar de casa para os Estados Unidos com o desenvolvimento de aplicativos para iOS e Android. Para muitos parecia o emprego dos sonhos, trabalhar de Várzea Alegre e receber salário padrão americano em dólar, quem não quer? Mas essa rotina durou pouco, alguns meses depois recebi um e-mail sobre a oportunidade de voltar para Alemanha em busca de continuar os estudos na TU Dresden, dessa vez no mestrado. Não pensei duas vezes e logo comecei os preparativos para me mudar novamente.
De volta na Alemanha, minha rotina voltou a ser a mesma de um estudante universitário, mas muito mais focada em pesquisa científica, isso significa que, a leitura e escrita de artigos científicos passou a ser uma coisa comum. Nesse momento, o meu objetivo era fortalecer o meu lado crítico e aprofundar os conhecimentos na área de dispositivos móveis. Foram dois anos estudando dia e noite para conseguir dar conta de tudo, mas no final deu tudo certo.
Atualmente moro em Berlim e trabalho na Netlight como Consultor de TI especializado em soluções móveis. A Netlight é uma empresa Sueca com vários escritórios espalhados pela Europa e líder no segmento de consultoria em TI. Meu trabalho é ajudar empresas líderes no mercado digital a construir soluções que atendam às suas demandas, da forma mais moderna e segura possível. No momento em que escrevo esse texto, estou trabalhando como consultor para a Vodafone, visando o aprimoramento de soluções que vão alavancar e dar suporte ao que conhecemos como 5G.
Felipe deixou uma mensagem para todos que buscam novas conquistas importantes na vida estudantil. “Na minha caminhada até agora três coisas foram fundamentais para me permitir chegar até aqui. Primeiro, o apoio da minha mãe. Ela sempre me deu condições de estudar e nunca me proibiu de seguir qualquer um dos meus sonhos. Segundo, um bom domínio de línguas estrangeiras. Eu só consegui chegar até a Alemanha porque eu falava inglês fluentemente quando estava na Universidade. Se ainda estou na Alemanha trabalhando com empresas alemãs é porque tenho domínio do idioma Alemão. Finalmente, muita força de vontade.” Disse.
A enfermeira Lúcia, observa a conquista do filho como um resultado de grandes esforços, ela disse que desde criança via nele a determinação naquilo que fazia. Acompanhando mesmo que distante as suas conquistas, Lúcia demonstra felicidade e ressalta um sentimento de gratidão.
Além dos estudos, o jovem também se destacou em Várzea Alegre na área musical, no município aos nove anos de idade, entrou na banda de música Maestro José Ribeiro e recebeu até a incumbência de ser o contra-mestro. É tocador de clarinete.