Funaro pede que STF mande apurar invasão à sua casa
São Paulo/Brasília. A defesa do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitou, ontem, ao Supremo Tribunal Federal que seja apurada uma suposta invasão à sua casa em São Paulo.
Segundo a defesa, a invasão ocorreu no final da manhã do último dia 10. Três homens entraram no terreno da casa da família Funaro, no Jardim Paulista, após pular o muro de um imóvel vizinho que, segundo os advogados, pertence ao empresário do ramo de carnes e também delator Joesley Batista, preso na penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.
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De acordo com os advogados de Funaro, o trio foi filmado pelo circuito interno de TV. Após gritos da mulher de Funaro, os homens deixaram a propriedade sem furtar nada. Eles não passaram da varanda do imóvel. “Não estamos acusando ninguém e nem que isso configura intimidação ao colaborador, apenas queremos que tudo seja apurado por meio de um inquérito”, disse o advogado Luiz Gustavo.
A delação de Funaro foi homologada pelo STF em 5 de setembro. A defesa quer saber se a invasão teve alguma relação com o acordo de colaboração. “Pode ter sido criminalidade comum, não sabemos dizer”, afirmou o advogado. Procurado para comentar o assunto, o advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, disse que a defesa ainda não foi notificada sobre o assunto e não saberia dizer se a propriedade vizinha de Funaro pertence ou não ao dono da JBS.
‘Pedágio’ na Caixa
Funaro afirmou, em acordo de delação premiada, que presenciou em 2012 um telefonema no qual o então vice-presidente Michel Temer avalizou pagamentos eleitorais como um “pedágio” por liberação de créditos da Caixa Econômica Federal.
As declarações de Funaro, hoje preso no presídio da Papuda, em Brasília, são citadas no relatório da Polícia Federal no inquérito que investigou suposta quadrilha do “PMDB da Câmara”.
Segundo a PF, em determinado momento de negociações com o corretor para liberação de recursos de um fundo público de investimento, o empresário Henrique Constantino, da empresa aérea Gol, pediu uma prova de que os recursos destinados à campanha de Gabriel Chalita (PMDB-SP) à Prefeitura de São Paulo, em 2012, seriam de fato um pedido de Temer.
A assessoria de Constantino afirmou apenas que ele segue colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos.
Fonte: Diário do Nordeste