Indústria cearense reage e tem faturamento 18% maior
O Estado já demonstra sinais positivos de recuperação industrial após a crise gerada pela paralisação da greve dos caminhoneiros. Segundo estudo do Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), os indicadores industriais apresentaram alta em relação à queda apresentada em maio, com destaque para o faturamento, que registrou crescimento de 18,2% em junho.
No Brasil, o faturamento industrial registrado pelo núcleo da Fiec ficou no patamar de 26,4%. Os dados já representam as séries dessazonalizadas na comparação entre junho e maio deste ano. No entanto, no acumulado de 2018, o Ceará vem apresentando queda de 7,5%, valor consideravelmente abaixo da média nacional, que registra, até o momento, alta de 10,2%. A informação leva em consideração, também, o banco de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na comparação de junho de 2018 com igual mês do ano passado a situação do Ceará é um pouco melhor, mas ainda denota uma redução, de 5,7%. Já para o Brasil, o índice releva um leve crescimento do faturamento real da indústria, com um incremento de 2,2%.
Emprego
O movimento de recuperação do faturamento no Ceará, no entanto, não se repetiu no número de empregos na indústria. De acordo com a pesquisa da Fiec, no Estado, houve uma diminuição de 0,6% no quadro de mão de obra no setor, mesmo que, em 2018, de janeiro a junho, a pesquisa aponta uma leve alta.
Desde o começo do ano, o crescimento para o nível de emprego era de 1,6%. Já para o País, a pesquisa do Núcleo de Economia e Estratégia da Fiec aponta queda de 0,2% em junho de 2018 ante maio do mesmo ano, além de alta de 0,6% no acumulado de 2018.

Capacidade
Ainda de acordo com a publicação mensal da Fiec, o Ceará atingiu 79,6% da capacidade instalada da indústria, em junho. Em maio, a fatia era 1,9% menor, quando o Estado estava no patamar de 78,2% da capacidade instalada. Em junho do ano passado, contudo, essa fatia, para o Estado, era de 81,9%.
Para o Brasil, o panorama é um pouco menor, com a capacidade instalada sendo apontada em 76,8% do total, considerando junho deste ano. Em igual mês do ano passado, esse número era de 77,2%. Em maio deste ano, a capacidade instalada brasileira era de 76,4%.
Recuperação parcial
De acordo com Antônio Martins, economista da Fiec, apesar de o Ceará ter apresentado números positivos de recuperação após a greve dos caminhoneiros, ainda é uma movimentação parcial, e que ainda é cedo para prever os resultados para o resto do ano. Segundo Martins, o elevado índice para o faturamento, por exemplo, da indústria cearense é importantíssimo, mas foi colaborado justamente pelo fraco resultado do mês anterior, quando foi realizada a paralisação dos caminhoneiros, no País.
“A primeira análise é que a recuperação é parcial. É natural que o faturamento cresça nessa magnitude, principalmente em relação à queda que tivemos em maio, mas é preciso entender que essa recuperação não é suficiente para revertermos o quadro do ano e de maio”, analisou Antônio Martins.
O economista da Fiec ainda explicou que o resultado do Ceará está seguindo a movimentação da média nacional, ficando no mesmo patamar de recuperação. A diferença entre os crescimentos do Estado e do País foi puxada pelos resultados apurados em outras unidades da Federação que tiveram desempenhos ainda mais negativos durante o mês de maio deste ano.
“O Ceará está acompanhando o Brasil, mas as quedas em outros estados foram maiores do que no Ceará, como no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, então, por isso, que a recuperação do Brasil parece ser superior do que a nossa, mas não estamos distantes no cenário nacional”, ponderou Martins.
“Esse crescimento é natural, mas é muito pontual, e só a partir do próximo mês que teremos a perspectiva para o resto ano, considerando os números da indústria”, completou.