Ceará

Lideranças partidárias do CE querem autonomia para fechar alianças estaduais nas eleições deste ano

Em um cenário nacional com diversas pré-candidaturas colocadas à Presidência da República, lideranças partidárias locais estão defendendo a liberação de suas agremiações de vinculações nacionais para votarem de acordo com o interesse local. No palanque do governador Camilo Santana (PT), pré-candidato à reeleição, por exemplo, são várias as legendas com nomes postulando a cadeira principal do Palácio do Planalto.

Presidente do Avante, o deputado federal Cabo Sabino já avisou que os filiados do partido estão liberados para votar em qualquer um dos candidatos ao Governo do Estado. Apesar de ser militar e eleitor do pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), que também é militar, Sabino não se coloca como eleitor do general Guilherme Theophilo, do PSDB, nem de Camilo Santana.

“O Avante tem liberdade para trabalhar no Estado e aqui vamos apoiar a candidatura do Jair Bolsonaro. Não vamos coligar com um lado e nem com outro”, disse ele, destacando que o partido não estará apoiando, oficialmente, nenhuma das pré-candidaturas colocadas para o Governo do Estado.

Até o momento, seu partido tem 25 pré-candidaturas a deputado estadual e 11 a deputado federal, sendo que outros militares podem se somar a estes números. “Nossos pré-candidatos estão liberados para votar em quem quiserem para o Governo do Estado, mas em nível de Governo Federal todos votam no Bolsonaro”. No Ceará, além do Avante, PSL e PROS também apoiarão a provável candidatura do presidenciável Bolsonaro.

Além da questão nacional, algumas agremiações cearenses ainda têm dificuldades internas a contornar, caso do Solidariedade (SD). O presidente do partido, deputado Genecias Noronha, acertou aliança com o governador Camilo Santana, mas o deputado Heitor Férrer (SD), por exemplo, é um dissidente dentro do Solidariedade. Ele é um dos mais destacados opositores do Governo Camilo e já acertou apoio ao candidato do PSDB ao Governo do Estado, general Guilherme Theophilo.

“Já tenho entendimento com o (presidente estadual do SD) Genecias de me liberar com relação à candidatura ao Governo do Estado, o que não deixa de ser uma postura de cordialidade dele. Não voto no Camilo e nem no grupo dos (irmãos Ciro e Cid) Ferreira Gomes”, frisou. Em nível federal, Férrer afirmou que não vota em partidos que estejam coligados com o Partido dos Trabalhadores (PT).

Fechado

O deputado João Jaime (DEM) disse que a situação nacional está complicada, visto que o quadro é o de maior fragmentação desde o pleito de 1989. No entanto, ele ressaltou que chegará um momento em que o eleitor ficará mais atento para tomar novo rumo. “O que vemos hoje são preferências, mas a grande maioria ainda não parou para analisar em quem vai votar. Os partidos também estão aguardando isso para tomarem uma decisão”.

No caso do DEM do Ceará, segundo João Jaime, há uma total liberdade para que a legenda faça a coligação que quiser para formar sua bancada, atualmente composta por um deputado federal e um estadual. “Para a disputa a presidente, se o DEM tiver candidato, o que acho improvável, neste momento, vamos seguir orientação do partido”, disse o parlamentar.

George Valentim (PCdoB) lembrou que o partido está firmado com a pré-candidatura da deputada estadual do Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, porém, ressaltou que existem outras forças de esquerda que representam o projeto nacional do PCdoB, como as de Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e de Lula, pelo PT. Em nível estadual, a legenda segue fechada com Camilo Santana, do Partido dos Trabalhadores.

Ely Aguiar (DC) disse que a única conversa que teve até o momento foi com o senador Tasso Jereissati, do PSDB, porém, ressaltou que não há nada fechado para o pleito. “Estamos esperando, porque não vai ser uma decisão unilateral”, disse.

Diário do Nordeste