Brasil

Lúcio Vieira teria chave de ‘bunker’ com R$ 51 milhões

Brasília/Salvador. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou “indícios” de envolvimento do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) “no recolhimento e na guarda” dos R$ 51 milhões em dinheiro encontrados em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador, no dia 5 de setembro. A pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou buscas em quatro endereços ligados a Lúcio e a seu secretário parlamentar, Job Ribeiro Brandão.

Alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã de ontem, o irmão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) tinha a chave do “bunker” em que foram encontrados R$ 51 milhões. Foi isso o que informou o dono do imóvel, Silvio Silveira, em depoimento à PF.

Entre os locais vasculhados por policiais federais ontem estavam o gabinete do deputado na Câmara dos Deputados, em Brasília, e a residência do parlamentar, em Salvador, que fica no mesmo prédio de seu irmão Geddel Vieira Lima, preso desde setembro em Brasília.

Foram apreendidos documentos e mídias. As buscas se estenderam à casa de Job Ribeiro porque os peritos criminais federais encontraram suas impressões digitais em parte do dinheiro apreendido.

As suspeitas sobre Lúcio ganharam força a partir do depoimento do dono do imóvel onde foi encontrado o dinheiro. Ele disse que o irmão de Geddel pediu o apartamento emprestado para “guardar pertences” do pai falecido. Além disso, no mesmo local, a PF também encontrou um recibo em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, empregada doméstica do parlamentar.

Patrícia Santos Queiros, administradora do condomínio onde fica o apartamento, relatou à PF “que Silvio tem alguma relação com os irmãos não sabendo se apenas profissional ou de amizade, que o que já viu foi Silvio ligando para os irmãos para, por exemplo, pedir que vias sejam pavimentadas em acessos a empreendimentos que as empresas do grupo do qual Silvio faz parte fizeram a construção”.

A Polícia Federal também encontrou, no apartamento, digitais de Job Ribeiro Brandão, secretário parlamentar lotado no gabinete de Lúcio Vieira Lima.

Maleta

Os policiais interditaram o acesso ao sexto andar do anexo IV da Câmara para realizar a ação pedida pela PGR e autorizada por Fachin. Esta é a primeira determinação da procuradora-geral da República Raquel Dodge contra um parlamentar envolvido em escândalo de corrupção.

Os policiais federais deixaram o local levando uma maleta e um malote grande com o material apreendido. A PF ainda não sabe a origem e o destino que seria dado dinheiro.

Fonte: Diário do Nordeste