Brasil

Lula: Lava-Jato só aceita delações com mentiras

São Paulo. Nota publicada nas redes sociais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que a Operação Lava-Jato só aceita delação premiada de empresas se houver mentiras contra ele ou sua família. A declaração foi divulgada após reportagem da Folha de S.Paulo afirmar que procuradores da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba pressionam o grupo Andrade Gutierrez a delatar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o filho mais velho de Lula.

De acordo com o comunicado, a Lava-Jato faz pressão para que os réus e os investigados na operação confirmem “narrativas acusatórias formuladas por seus membros contra Lula e seus familiares”.

Ainda segundo a nota, situações idênticas envolvendo o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o ex-ministro petista Antonio Palocci foram levadas à PGR (Procuradoria-Geral da República) pela defesa de Lula com pedidos de apuração, mas estes foram arquivados sem nenhuma investigação do Ministério Público. O grupo Andrade Gutierrez é um dos controladores da Oi, operadora de telefonia que investiu R$ 82 milhões na Gamecorp, empresa que tem Lulinha entre os seus sócios.

Investigadores querem saber por que a Oi colocou o montante na Gamecorp, depois rebatizada de PlayTV, numa época em que a operadora acumulava prejuízo.

Segundo a defesa de Lula, o fato já foi “exaustivamente investigado”, sem terem sido “encontradas provas de qualquer ilegalidade” na relação entre as empresas Telemar (OI) e Gamecorp. A defesa afirma ainda que os fatos narrados pela reportagem serão enviadas à PGR.

Desrespeito

A defesa do ex-presidente Lula também afirmou que busca “por todos os meios previstos em lei a realização da Justiça” e que “suas prerrogativas profissionais foram permanentemente desrespeitadas ao longo dos processos, especialmente pelo Juízo da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba”, Sérgio Moro, e listou oito “fatos” relacionados a isso.

Entre eles, a interceptação do ramal tronco do escritório Teixeira, Martins Advogados por 27 dias em 2016, “afirmações desrespeitosas” do magistrado em audiência em relação à defesa, negativa de acesso a procedimentos investigatórios e a permissão ao Ministério Público Federal de uso nas audiências de documentos que a defesa não teve prévio conhecimento.

Fonte: Diário do Nordeste