Ceará

Lula participa de evento em Quixadá nesta terça

Seguindo com o cronograma de viagens pela Região Nordeste, o ex-presidente Lula chega ao Interior do Ceará na manhã de hoje, onde fica até amanhã. O petista passará por Quixeré, Morada Nova, Quixadá, Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Ontem, advogados de Lula em processos da Lava-Jato deram entrevistas na Assembleia Legislativa cearense ao lado de alguns petistas.

O governador Camilo Santana deve se encontrar com o ex-presidente Lula no Município de Quixadá, hoje à noite. Segundo integrantes da direção do PT cearense, o governador não deverá participar de evento público com o ex-presidente. O seu encontro deverá ficar restrito ao jantar no Hotel daquela cidade. A assessoria do Palácio da Abolição até ontem não confirmava a ida de Camilo, que passou o dia em Brasília e à noite foi para a festa do chitão do Município do Marco, tradicional festa organizada pelo ex-deputado estadual Rogério Aguiar.

Trocar

Uma caravana de correligionários petistas saiu de Fortaleza ontem para recepcionar a comitiva de Lula no Município de Quixeré. Todos os deputados estaduais e vereadores de Fortaleza estavam relacionados no grupo de recepção a Lula. Da bancada federal a dúvida era quanto ao deputado José Airton. Recentemente ele disse que não tinha sido informado sobre a programação e portanto não iria. Ontem à tarde, disse que só irá ao Cariri na quarta-feira.

O deputado José Airton, segundo alguns petistas cearenses, só está aguardando a abertura da “janela” que permite ao parlamentar mudar de partido, sem sofrer consequências, para deixar o PT e se filiar a outra sigla que eles acreditam ser o PSB.

Além de títulos de cidadania nas cidades por onde passará, Luiz Inácio Lula da Silva recebe na Universidade Regional do Cariri (Urca) o título de doutor Honoris Causa e a Medalha Bárbara de Alencar. As homenagens são as mesmas que o ex-presidente tem recebido nos estados nordestinos já visitados nos últimos dias de sua peregrinação.

Defensores

Ontem, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, que são defensores do ex-presidente Lula em processos da Lava-Jato, inclusive no que ele já foi condenado a pouco mais de nove anos de prisão, o do caso do Triplex do Guarujá, participaram de debate na Assembleia Legislativa do Ceará. Eles se encontrarão com Lula, hoje, no Interior do Ceará.

Como têm feito por onde passam, os juristas não pouparam críticas ao juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, bem como à própria Operação, que se tornou a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já registrou até então.

Antes de entrar no Auditório Murilo Aguiar, onde petistas os aguardavam, os advogados conversaram rapidamente com a imprensa. À reportagem do Diário do Nordeste, Cristiano Zanin disse que a Operação Lava-Jato teve papel importante para o combate à corrupção no País, mas ressaltou que, a partir do momento em que “se desviou para promover uma perseguição política” contra o ex-presidente Lula, ela passou a ser questionável. “O legado da Operação Lava Jato não pode ser o de desrespeito às garantias fundamentais e direitos assegurados na Constituição e no ordenamento jurídico brasileiro”, rechaçou.

Também em entrevista, Valeska Zanin, da equipe de defesa do ex-presidente, afirmou que desde o início, são “constantes” e “grosseiras” as violações de direitos humanos na Operação Lava-Jato. “Isso nós discutimos sempre que, de violação em violação, o Estado de Direito vai se ruindo. É isso o que tentamos demonstrar para a população e para o mundo jurídico”, afirma.

Os defensores de Lula foram recebidos na Assembleia pelos deputados estaduais Elmano Freitas (PT) e Rachel Marques (PT). Juiz do Trabalho aposentado e advogado, Inocêncio Uchôa também compôs a mesa, assumindo a função de moderador. O deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, José Airton Cirilo, compareceu, mas ali ficou por pouco tempo.

Aos que acompanharam, Cristiano Zanin ressaltou que no âmbito da Operação Lava-Jato foram implementadas diversas medidas “ilegais”, e que essas ainda são utilizadas de forma “arbitrária”, o que tiraria das pessoas as garantias fundamentais.

Fonte: Diário do Nordeste