Maia nega acordo sobre votação de Reforma da Previdência
Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), negou que tenha participado de acordo para adiar a votação para fevereiro, conforme havia anunciado mais cedo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Talvez ele tenha entendido errado”, disse. Em nota, o Palácio do Planalto também negou que tenha havido decisão pelo adiamento.
Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seguiu no mesmo tom. “A opinião dada pelo senador é respeitável, ele é um líder, de fato, de muita experiência e de muito bom senso. Deu a opinião, mas evidentemente não está na Câmara. É uma opinião válida que será levada em conta, mas não há essa decisão no momento”, afirmou.
Maia disse, ainda na noite de ontem, que haverá hoje uma nova avaliação com o presidente da República, Michel Temer, e com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, sobre as condições para votar em Plenário, na próxima semana, a Reforma da Previdência (PEC 287/16).
Leitura
Já o relator na comissão especial que analisou a Reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), anunciou que hoje, no Plenário, vai começar a leitura da nova versão da proposta. “Os senadores falarão a seu tempo, quando a PEC estiver no âmbito do Senado. Enquanto estiver na Câmara, quem faz a pauta é o presidente Rodrigo Maia”, disse o parlamentar.
Nos bastidores, já é dado como certo, tanto pela oposição quanto pela base governista, que o governo não terá votos suficientes para aprová-la ainda este ano.
PSDB
Apesar do PSDB ter fechado questão, ontem, para que seus deputados e senadores votem a favor da Reforma, o tucano Raimundo Gomes de Matos (CE) defendeu que o governo precisa apresentar um relatório mais consistente e abrir diálogo com todas as entidades. Segundo o parlamentar, a Reforma não deve ser discutida “apressadamente”. Ele ponderou que é improvável votar a Reforma neste ano ou no ano que vem. “Tem que ter um período de transição para não prejudicar quem está na porta de se aposentar”, declarou.
Colaborou Carolina Curvello
Fonte: Diário do Nordeste