Ceará

Mais atenção para a Saúde primária é a reclamação

A deputada Mirian Sobreira (PDT) chamou atenção ontem, na Assembleia Legislativa, para o fato de que apenas 5% das equipes do Programa Saúde da Família (PSF), de 88 dos 184 municípios cearenses, têm o Selo Bronze de Qualidade, da Secretaria Estadual de Saúde.

A certificação, diz a deputada, tem a proposta de dar visibilidade ao processo de fortalecimento da Atenção Primária à Saúde desencadeado pelos municípios. A parlamentar destacou o esforço do Estado em investir nas unidades básicas, mas pondera que ainda existe um caminho longo a percorrer.

O Selo Bronze foi lançado em 2016 pelo Governo do Estado como forma de incentivar as equipes do PSF a criar um padrão de qualidade que garanta acesso qualificado, efetivo e resolutivo. A certificação faz parte de um projeto que visa estabelecer padrões de qualidade comuns para a Atenção Primária por meio da certificação das equipes com selos de qualidade.

Segundo Mirian Sobreira, das 2.458 equipes de profissionais cadastradas no Programa Saúde da Família no Ceará, até agora, apenas 147, de 88 municípios cearenses, receberam o Selo Bronze. Para a deputada, é necessário mais investimento tanto do Estado quanto da União, na saúde básica dos municípios, até para diminuir os gastos com o atendimento de alta complexidade nos hospitais.

“O Ceará sempre foi pioneiro em ações na atenção básica, no cuidado, na preocupação em trabalhar o sistema de Saúde, para se investir na humanização, em prevenção, tratar o ser humano antes que ele adoeça, porque investir em Saúde é bem mais fácil do que gastar os recursos com doença. A atenção secundária e terciária é muito cara, por isso nós vivemos um momento em que os hospitais estão superlotados, e as filas não acabam”.

Mirian ponderou que, apesar dos investimentos em policlínicas e hospitais regionais, “nós não estamos conseguindo dar um atendimento adequado lá na ponta, que são os hospitais, onde tem sempre fila, tem sempre pessoas precisando de mais assistência e sendo prejudicadas”. Por isso a necessidade de se investir na saúde primária, diz.

Diário do Nordeste