Michel Temer aciona aliados para ‘acalmar’ Antonio Imbassahy
Brasília/Porto Velho. Um dia após o desgaste provocado pela tentativa de mudança na Secretaria de Governo, emissários de Michel Temer foram acionados para acalmar Antonio Imbassahy (PSDB), titular da pasta. Disseram ao tucano que o anúncio da nomeação de Carlos Marun (PMDB-MS) para sua cadeira, na quarta-feira (22), não passou de uma “trapalhada”. Na prática, porém, o gesto foi apenas para tentar apaziguar.
Imbassahy sabe que será substituído em breve porque o PSDB deve romper com o governo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o Palácio do Planalto procuram uma “saída negociada”.
Se não houvesse, na última hora, uma ordem de Temer para segurar Imbassahy, os tucanos ameaçavam votar contra a reforma da Previdência na Câmara.
Embora a tendência do PSDB seja desembarcar da equipe no dia 9 de dezembro – quando o partido fará sua convenção -, os tucanos não querem que Temer dê o primeiro passo para não parecer que estão sendo enxotados. Nesse cenário, as tratativas entre Temer e Aécio são para não aprofundar o confronto entre o PMDB e o PSDB e deixar as “portas abertas” para a campanha de 2018.
O próprio presidente conversou com Imbassahy mais de uma vez, na tentativa de conter o mal-estar criado por notícias sobre a demissão do auxiliar. Na quarta-feira, Imbassahy estava na reunião da Executiva Nacional do PSDB, defendendo o apoio do partido à reforma da Previdência. Saiu de lá sem esconder o aborrecimento com os rumores e não compareceu à reunião de Temer com governadores, no Palácio da Alvorada, onde era esperado. Em conversas reservadas, auxiliares do presidente afirmavam ontem que a escolha de Marun havia subido no “telhado”.
‘Discurso de ‘amor’
Ainda ontem, cumprindo agenda em Rondônia, Temer disse que o momento é de “pregar amor”. Em meio à turbulência política, ele afirmou que “não devemos ter brasileiro contra brasileiro, mas brasileiro com brasileiro”. Temer disse que “objeções de natureza política” são “legitimas e naturais e nos ajudam a construir o governo”.
Fonte: Diário do Nordeste