Nome de Tasso entra como opção do PSDB à Presidência da República
O nome do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) está na lista de opções do PSDB ao Palácio do Planalto, diante da crise enfrentada pela pre-candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin. As recentes denúncias, sobre possíveis irregularidades em suas administrações em São Paulo, expõem um Alckmin com imagem desgastada e que, na avaliação de tucanos, pode excluir o PSDB do segundo turno da eleição presidencial.
Uma das vozes em defesa da substituição de Alckmin é o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Arthur defende o nome do senador Tasso Jereissati, como revela, neste domingo o jornalista Josias de Sousa, do Jornal Folha de São Paulo, para substituir Alckmin na corrida pelo Palácio do Planalto. “Tasso talvez não ganhe a eleição. Mas conduzirá a refundação do partido”, disse Virgílio na noite do último sábado, 21. “E não está descartada a hipótese de o Tasso surpreender aos que esperam do PSDB um Alckmin comportadinho e derrotadinho”.
Em novembro do ano passado, quando ocupava a presidência do PSDB interinamente, Tasso falava em “refundar” o ninho. Foi destituído por Aécio Neves, então presidente licenciado do partido. Na sequência, Alckmin foi entronizado no comando partidário. Na última terça-feira, depois que Aécio virou réu no Supremo, Alckmin dedicou-se a chutar cachorro morto. Declarou que ficou “evidente” que Aécio perdeu as condições de pedir votos em 2018, seja para que cargo for.
Para Virgílio, o eleitor já não distingue o PSDB do MDB, o que é muito ruim. Mas ele acha que há males que vêm para pior: “Se distinguisse seria muito pior para nós, por que o MDB nunca despertou a esperança que o PSDB inspirou um dia.” Nesse cenário, declarou o prefeito, o tucanato precisa admitir que o risco de derrota é real. De resto, defende a adoção de providências imediatas para reduzir os danos.
“Se a possibilidade de derrota existe, precisamos considerar a alternativa de perder com dignidade máxima. Por isso defendo que coloquemos o Tasso como candidato. Ele entraria na disputa sem nenhum contendioso judicial, com plenas condições de atacar duramente esse quadro de desmoralização que se instalou na política brasileira. Seria um candidato propositivo, com uma visão de Nordeste e de Norte. Como empresário, é respeitado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste”, disse Vírgilio.
Com Alckmin, acrescenta Virgílio, “a derrota transformará o PSDB em linha auxiliar do próximo presidente, um partido que trocará a adesão por ministérios e diretorias financeiras”. Algo que “não dignifica um partido que nasceu de uma dissidência do MDB com o compromisso de ser uma opção capaz de catalisar o pensamento mais progressista do país, com uma alta taxa de dignidade”.
Na visão do prefeito, o discurso de Alckmin é aguado e evasivo. “O Geraldo revelou-se incapaz de dizer o que precisa ser dito. Está cuidadoso, medindo as palavras, usando luvas de pelica. Preocupa-se com um eleitorado que não tem. Deveria falar francamente sobre a inevitável reforma da Previdência, sobre as necessárias privatizações.” No Datafolha mais recente, divulgado há uma semana, Alckmin amealhou 7% das intenções de voto no cenário mais provável, sem Lula.
“Perde votos em São Paulo e está atrás do Álvaro Dias na região Sul”, contabiliza Virgílio. “Ele não entra aqui no Norte, o que é grave. Não entra no Nordeste, o que é gravíssimo. Joaquim Barbosa (9% no Datafolha) já está na frente do Geraldo, mesmo sem ter assumido a candidatura”, lembra o atual prefeito de Manaus.
Após desistir de disputar com Alckmin uma prévia para a escolha do candidato do PSDB ao Planalto, Virgílio havia imposto a si mesmo o que chamou de “quarentena”. Não queria parecer “implicante”, ele afirma. “Mas não acho correto estender isso pela eternidade”, justifica-se, antes de esclarecer o que gostaria que Alckmin fizesse: “O certo memo seria o Geraldo fechar esse episódio com dignidade. Ele diria: ‘Não sou candidato à Presidência da República. Percebo que não é a minha vez. Vou marchar com o meu partido, apoiando o Tasso’”.
Se isso não acontecer, afirma Virgílio, nada impede o PSDB de escolher um novo candidato à revelia do atual. “Não seria o ideal, mas não é impossível.” Ele ainda acrescenta: “um partido que protagonizou o evento mais importante dos últimos 50 anos no Brasil, que foi o Plano Real, não pode terminar assim”, concluiu Virgílio. “Ou mudamos o candidato e vamos brigar pelo futuro do partido ou vamos marchar, feito carneiros, para o cutelo. Ou reagimos ou vamos virar material descartável, lixo hospitalar.”
Com informações do Uol Notícias