PIB volta à recessão após primeiro trimestre positivo
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve retração na ordem de 0,24% no segundo trimestre do ano (referente aos meses de abril, maio e junho), conforme apontado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) através do Monitor do PIB divulgado, ontem. O resultado vai no sentido contrário do indicado no primeiro trimestre do ano, quando a economia brasileira chegou a registrar crescimento de 0,99% após dois anos consecutivos de queda. “Esta taxa interrompe a trajetória de recuperação observada no primeiro trimestre. Na comparação interanual, o PIB do segundo trimestre apresentou retração de 0,3%”, conta o coordenador da pesquisa, Cláudio Considera.
Na comparação com igual período do ano anterior, o PIB apresentou recuo de 0,3% no segundo trimestre com destaque para o desempenho negativo do total da indústria (-1,8%) que foi influenciado, principalmente, pela significativa retração da atividade de construção (-7,4%). Considerando a variação mensal, foi percebida na taxa com ajuste sazonal um crescimento de 2,65% no mês de junho frente a maio. O aumento, no entanto, não foi o suficiente para recuperar a queda registrada no mês anterior, quando a atividade econômica retraiu 5,79%.
Destaques
Foi observado um recuo de 0,3% no segundo trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano anterior. Conforme os resultados da pesquisa, houve destaque para o desempenho negativo do total de indústria (-1,8%) – o que teve influência principalmente da retração significativa da atividade de construção (-7,4%). Ainda na comparação com 2016, é observada retração de 1,2% em junho, após a pesquisa ter apontado resultados positivos nos meses de março e abril deste ano.
Houve variação positiva de 0,6% no consumo das famílias no segundo trimestre, na comparação com igual período de 2016, de acordo com a pesquisa da FGV. Trata-se da primeira variação positiva desse componente após nove trimestres consecutivos em queda. O único subíndice que registrou taxa de variação negativa na última divulgação da pesquisa foi o de consumo de serviços, que teve queda de 1%. No trimestre, o consumo de bens não duráveis cresceu 0,5%, o de semiduráveis 7,3% e o consumo de duráveis registrou crescimento de 3,8%.
Comércio exterior
Com aumento de 3,2% no trimestre frente a 2016, as exportações têm destaque positivo nos produtos de extrativa mineral (19,1%) e de bens de consumo duráveis (35,9%). Já na importação, houve retração de 1,8%, após resultado positivo no primeiro trimestre. A exceção de bens de consumo não duráveis (12,4%), bens de consumo semiduráveis (60,2%), bens intermediários (12,5%) e serviços (0,3%), todos os demais componentes da importação apresentaram taxas negativas de variação trimestral. Entre esses últimos, destaca-se a retração de bens de capital (43,1%).
Fonte: O Estado