Brasil

Prévia da inflação cai 0,24% na Capital; a 2ª menor do País

A prévia da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou variação negativa de 0,24% em setembro após outras três deflações em agosto (-0,02%), julho (-0,18%) e junho (-0,13%) deste ano. Com isso, o IPCA-E, que leva em consideração o apanhado do trimestre, acumula baixa de 0,44% nos últimos três meses. Nos últimos 12 meses, entretanto, há avanço de 2,55%.

A deflação registrada pelo IPCA-15 em setembro foi a segunda mais expressiva entre todas as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, atrás apenas do número visto em Goiânia, com queda de 0,29% nos preços.

Quanto ao IPCA-E, a retração de 0,44% foi a maior entre todos os resultados levantados pelo Instituto. O IPCA-15 de setembro também representa a maior deflação da série histórica, iniciada em 2006.

O resultado, divulgado ontem (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi influenciado pelas quedas nos preços do tomate (-31,57%); tubérculos, raízes e legumes em geral (-17,09%); cebola (-12,45%); ônibus interestadual (-12,36%) e feijão-mulatinho (-11,85%).

Impediram uma deflação ainda mais expressiva os avanços nos preços das passagens aéreas, com alta de 9,66%; da melancia, que subiu 6,49%; peixe-serra, com ganho de 5,39%; maçã (4,93%) e peixe-cavala (4,63%). Para o cálculo da prévia da inflação oficial, os preços foram coletados entre 16 de agosto e 13 de setembro e comparados aos preços vigentes entre 14 de julho e 15 de agosto deste ano.

Brasil

No País, a prévia da inflação oficial ficou em 0,11%, resultado 0,24 ponto percentual abaixo da taxa registrada em agosto deste ano, de 0,35%. De acordo com o IBGE, o resultado foi o menor para um mês de setembro desde 2006, quando o índice havia ficado em 0,05%.

Para o economista Ricardo Eleutério, os números, da Região Metropolitana de Fortaleza e em nível nacional, indicam que o País já “tocou o piso da recessão” e está em um processo de saída da crise.

“Esse processo de deflação contribui para a retomada do crescimento. Temos praticamente todos os indicadores operando de forma positiva; inflação baixando; taxa de juros baixando, desemprego caindo, bolsa batendo recorde, consumo crescendo e aumento da arrecadação. Isso mostra que estamos em um ponto de inflexão, de mudança”, avalia Eleutério.

Ele destaca que essa deflação representa uma boa notícia, pois mostra uma redução na corrosão da renda do fortalezense e do brasileiro. “A redução nesse processo de degeneração do poder de compra vai contribuir para a retomada do crescimento, do consumo”, reforça, destacando os últimos resultados positivos para o PIB.

Investimento

Eleutério frisa que ainda faltam dois indicadores importantes para que a economia possa ser dada como restabelecida: o investimento e o equilíbrio fiscal.

“O investimento é o indicador que mostra que o crescimento veio para ficar. O equilíbrio fiscal é algo que vai ficar para depois de 2020. Todas as nossas dificuldades estão sendo revertidas e os últimos meses vêm mostrando a continuidade da melhora, então esses indicadores são os que faltam”, finaliza Eleutério.

Fonte: Diário do Nordeste