Brasil

Procuradores afirmam que em 2018, Lava-Jato terá ‘batalha final’

Rio de Janeiro/São Paulo. Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato se reuniram ontem, no Rio, e disseram que 2018, ano de eleição, vai ser a batalha final da operação. O encontro marcou a integração entre as forças-tarefas de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. As três equipes vão atuar juntas em 2018.

“No ano que vem, serão deflagradas algumas operações em conjunto pelas forças-tarefas. Será um ano de muito trabalho e, enfim, nós estamos aqui como uma forma de demonstrar a nossa unidade, do Ministério Público Federal”, disse o procurador da República do Rio de Janeiro Eduardo El Hage.

Os procuradores defenderam os acordos de colaboração, as delações premiadas, como instrumento importante de investigação e disseram que esses acordos precisam ser respeitados.

Os procuradores divulgaram um documento, a carta do Rio de Janeiro, em que revelam alguns números da Lava Jato: 416 pessoas foram acusadas por crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa; 144 réus estão condenados a mais de 2.130 anos e mais de R$ 11 bilhões estão sendo recuperados. Os procuradores disseram que o futuro da Lava Jato na luta contra a corrupção e a impunidade histórica no país depende do apoio da sociedade.

Os integrantes das três forças-tarefas afirmaram que é preciso eleger políticos de ficha-limpa e comprometidos com o combate à corrupção.

Deltan Dellagnol, coordenador da força-tarefa no Paraná, disse que nenhum procurador tem pretensão eleitoral e que 2018 vai ser decisivo para a Operação Lava-Jato.

“Dois mil e dezoito é a batalha final da Lava Jato, porque as eleições de 2018 determinarão o futuro da luta contra a corrupção no nosso país. E a eleição de deputados federais e senadores que determinará se existirão ou não retrocessos”, declarou.

‘Ataques sujos’

Já o juiz Sergio Moro relatou sofrer “ataques sujos” por causa das investigações da Lava-Jato, durante evento realizado também ontem em São Paulo.

Sem citar nomes ou exemplos, o magistrado responsável pelos processos da operação em Curitiba disse que há tentativas de “diversionismo”, com ataques a quem investiga e julga.

As reações, acredita, vêm do fato de que muitos dos crimes investigados foram praticados por políticos.

“Eu estou absolutamente tranquilo com as coisas que eu fiz”, afirmou ele.

Fonte: Diário do Nordeste