Produção industrial registra queda de 0,7%, em julho, no CE
Após a sequência de três variações positivas seguidas, observada desde abril, a atividade industrial cearense voltou a cair em julho. Após registrar discreta variação de 0,1% em junho, o impacto mensal do setor chegou a -0,7%, a segunda menor queda de todo o País, atrás de Pernambuco (-0,2%). Por outro lado, na comparação com julho do ano passado, a indústria cearense avançou, com 2,2% no índice mensal – a quinta menor alta do País nessa análise, após junho recuar 4,3%. As informações divulgadas, ontem, constam da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento aponta que, com o novo resultado mensal negativo, após os ajustes sazonais, o índice de média móvel trimestral, encerrado em julho, mostrou avanço de 1,5%, frente ao nível do mês anterior, cujo saldo acumulado era de 2,6% – também interrompendo a trajetória ascendente iniciada em abril último. Segundo o IBGE, a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, terminados em julho – ao passar de -1,3%, em junho, para -1% –, prosseguiu com a redução na magnitude de queda iniciada em junho de 2016 (-9%). Nessa análise, o Ceará permaneceu em sétimo lugar em quedas registradas, entre as 14 regiões pesquisadas.
Comportamento
O levantamento aponta que, no acumulado entre janeiro e julho – sobre igual período de 2016 –, seis dos 11 ramos pesquisados apontaram alta no Ceará, elevando o indicador de 0,6% (até junho) para 0,9%. As principais contribuições positivas foram registradas pelos setores de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (9,1%) e de metalurgia (54,7%). Outros resultados positivos relevantes vieram dos ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,7%); produtos têxteis (13,3%); e produtos alimentícios (3%).
Por outro lado, o impacto negativo mais importante veio do setor de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-34,1%). Segundo o IBGE, o segmento foi pressionado, em grande medida, pela menor fabricação de óleos combustíveis e asfalto de petróleo. Na sequência, outros recuos foram observados em produtos de minerais não-metálicos (-14,9%); produtos de metal (-34,8%); e bebidas (-6,6%).
Balanço
No País, na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal, a produção industrial cresceu 0,8%. Sete dos 14 locais pesquisados mostraram taxas positivas e o avanço mais intenso foi na Bahia (7,2%), que eliminou parte da perda de 10,1% verificada no mês anterior. Região Nordeste (3,2%), Pará (2,3%), Paraná (2,3%) e São Paulo (1,7%) também tiveram altas mais acentuadas do que a média nacional, enquanto Santa Catarina (0,7%) e Goiás (0,4%) completaram o conjunto de locais com índices positivos, segundo o levantamento.
Para o período janeiro-março de 2017, frente a igual período do ano anterior, houve acréscimo na produção nacional (0,8%), observada em 11 dos 15 locais pesquisados. Os avanços mais acentuados ocorreram no Paraná (3,9%), Santa Catarina (3,5%) e Espírito Santo (3,1%), Rio de Janeiro (2,4%), Minas Gerais (2,0%), Rio Grande do Sul (1,5%), Goiás (1,4%), Amazonas (1,3%), Ceará (0,9%), São Paulo (0,6%) e Pará (0,4%). Por outro lado, Bahia (-5,2%) apontou o recuo mais intenso, seguido de Região Nordeste (-1,2%), Mato Grosso (-0,9%) e Pernambuco (-0,4%).
Conforme o IBGE, o maior dinamismo foi influenciado pela expansão na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para o setor agrícola e para a construção); bens intermediários (minérios de ferro, petróleo, celulose, siderurgia e derivados da extração da soja); bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos da linha marrom); e bens de consumo semi e não duráveis (calçados, produtos têxteis e vestuário).
Fonte: O Estado