Quatro empresários são presos em Jaguaribe
Quatro empresários da mesma família foram presos, ontem, no Município de Jaguaribe. Monita Diógenes de Queiroz, Rebeca Diógenes de Queiroz, Brena Juliane Diógenes Dias e Rodrigo Diógenes Dias foram alvos da ‘Operação A Profecia’. Todos os suspeitos presos foram levados para a Delegacia Regional de Jaguaribe, onde permaneciam até a noite de ontem.
Os irmãos são investigados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Promotoria de Justiça da Comarca de Jaguaribe e a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Contra o grupo, os órgãos investigam a prática de crimes de extorsão, denunciação caluniosa e falsidade ideológica.
Ontem, o MPCE divulgou a apreensão de materiais que comprovam diversos crimes cometidos pela organização criminosa. A família vem sendo investigada desde março de 2017, quando foi deflagrada a primeira fase da operação e foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Madeireira Sertaneja, um dos comércios do grupo, localizado no Centro de Jaguaribe.
Ameaças
Conforme o Ministério Público Ceará, Monita, Rebeca, Brena e Rodrigo Diógenes tinham o costume de ameaçar matar seus funcionários para que eles assinassem documentos abrindo mão dos direitos trabalhistas. O promotor de Justiça, Edilson Izaias de Jesus, revelou que as intimidações por parte dos empresários acontecem desde o ano de 2015.
Após a primeira fase da operação, o Gaeco descobriu que o grupo vinha sonegando impostos e ainda utilizava alguns dos trabalhadores como ‘laranjas’ para conseguir abrir empresas e pedir empréstimos aos bancos. O MPCE calcula que, só em empréstimos não pagos, os empresários são responsáveis por um golpe no valor de R$ 5 milhões.
“Já sabemos que têm, pelo menos, 10 ‘laranjas’. Essas pessoas sequer sabiam ler e não tinham condições financeiras, mas eram obrigadas a assinar procurações e cheques em branco. A família tem seis empresas e todas elas estão com saldo financeiro bloqueado”, explicou o promotor.
Os nomes dos ‘laranjas ainda eram utilizados para participar de licitações na Prefeitura Municipal de Jaguaribe, caracterizando crimes licitatórios.
Finalizada a primeira fase da ‘Operação A Profecia’, o bando ainda teria começado a ameaçar um policial civil. “Esse foi um fato isolado. Elas três foram com o irmão até o comércio da mãe de um policial e ameaçaram que, se continuassem a incomodar a família, ele (policial) ia ver”, disse o promotor.
Sobre as ameaças contra os funcionários, Izaias explica que alguns deles eram obrigados a assinar um termo de reconhecimento de dívida, além de negar os direitos trabalhistas.
Fonte: Diário do Nordeste