Suspeito preso no Maranhão desativou GPS de carro usado na morte do prefeito de Granjeiro
O foragido da Justiça preso no Maranhão suspeito de envolvimento na morte do prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, o “João do Povo”, estava com o carro usado no crime dias antes do assassinato. Foi o suspeito que retirou o equipamento de GPS do veículo antes do carro ser levado para Granjeiro, segundo a polícia. Carlos César Gonçalo de Freitas, 45 anos, é natural de Caririaçu, cidade vizinha a Granjeiro.
A polícia está investigando se existe algum grau de parentesco ou proximidade de Carlos de Freitas com o atual prefeito de Granjeiro, Ticiano Tomé, e o pai dele, Vicente Félix de Souza, apontados como suspeitos de envolvimento no caso. A polícia acredita que desavenças políticas tenham motivado o crime.
Com a prisão do suspeito na cidade Barreirinhas, a investigação desvendou um esquema de transporte de armamento e drogas, do Maranhão para a Região do Cariri, feito por meio de carros alugados que não eram devolvidos às empresas.
“A gente conseguiu identificar qual veículo foi utilizado e partir daí a gente passou a entender de que forma esse veículo chegou aos autores do crime. É um veículo de locadora, foi alugado em outro estado. E a gente foi fazendo todo o passo a passo desde o dia que saiu da locadora, em João Pessoa. Indivíduo que locou, pra quem que ele passou. E nesse ínterim a gente conseguiu identificar uma pessoa foragida da Pirc, de Juazeiro, se encontrava no Maranhão e teria permanecido na posse desse veículo por pelo menos oito dias”, esclareceu Ricardo Pinheiro, diretor do Departamento da Polícia Judiciária do Interior Sul do Ceará.
Carlos de Freitas é foragido da Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc). Ele estava em posse de 4kg de cocaína e outros dois veículos em condição semelhante ao utilizado no crime quando foi preso, informou o diretor.
O suspeito alegou à polícia que, na época do crime, já havia repassado o carro para terceiros. A polícia está apurando.
ASSASSINATO
O prefeito foi assassinado a tiros enquanto caminhava próximo à parede do Açude Junco, no município do Cariri, no dia 24 de dezembro de 2018. O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou no dia 20 de janeiro, que está “cada vez mais forte” a tese de que o assassinato do prefeito teve motivações políticas.
João Gregório ingressou na política como vereador em 1989 e foi reeleito em 1993, ambas as candidaturas pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Em 2016, retornou como candidato a prefeitura de Granjeiro e foi eleito com 2.358 votos (52.39%).
Conhecido popularmente como “João do Povo”, em novembro de 2018 foi alvo da Operação Bricolagem da Polícia Federal, que investigava fraudes em licitações. As investigações mostraram que o prefeito chegou a movimentar cerca de R$ 26 milhões em um período de dois anos na conta de um parente,beneficiário da aposentadoria rural. Na casa do gestor, a PF encontrou R$ 213 mil em caixas de sapato.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a polícia conseguiu reunir provas que indicam que o crime teve relação com a desavença política entre a vítima e outros políticos.
Fonte: Diário do Nordeste