Ceará

Venda de terrenos pode render até R$ 1 bi ao CE

A venda de quatro terrenos de propriedade do Governo do Ceará deve render até R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Estado, de acordo com um relatório da consultoria norte-americana McKinsey & Company. O terreno da Cavalaria, localizado no bairro Messejana, cuja área é de aproximadamente 300 mil metros quadrados (m²), está avaliado entre R$ 80 milhões e R$ 500 milhões, segundo o estudo.

Além deste, há ainda outros três terrenos que entrarão no pacote de concessões do governo estadual. Outro ativo é o terreno da Expoece (Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará), onde está situada a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), cujo valor está entre R$ 40 milhões e R$ 220 milhões. O terreno tem área de cerca de 290 mil m² e está entre os bairros Alagadiço e São Gerardo, na Avenida Bezerra de Menezes.

Também citado no relatório da McKinsey, a área do IPPOO I, no bairro Itaperi, deve ser vendida por até R$ 50 milhões. O quarto terreno é referente ao Palácio Iracema, também no bairro Edson Queiroz, que deve ser vendido por até R$ 230 milhões, de acordo com o relatório.

Processo

O processo de venda dos terrenos públicos já está adiantado. De acordo com o titular da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag), Maia Júnior, ainda não há prazo definido para a concretização da venda porque existem pendências com a Justiça e cartórios.

“Nós estamos em processo de regularização desses imóveis. Alguns não têm nem escritura. Nós temos problemas de desmembramento de área no caso do terreno da Cavalaria. Todas essas providências estão em curso junto à Justiça”, explicou o titular da Seplag.

De acordo com o secretário Maia Júnior, o edital para a venda dos terrenos já está praticamente pronto, faltando apenas alguns ajustes. “Estamos inclusive concluindo uma avaliação de um desses terrenos”.

Valorização

O titular da Seplag não fala em valores, mas, segundo ele, os imóveis são bem atrativos por conta da localização. “Existem especulações porque eles são valorizados. São terrenos que estão bem localizados, então a expectativa é boa, mas não apresentamos ao mercado ainda”.

Maia Júnior, no entanto, pondera em relação ao interesse dos investidores. “Nós estamos vivendo uma crise econômica e o setor privado está um pouco retraído”, disse.

A observação do secretário condiz com os apontamentos do relatório da McKinsey. Conforme o estudo, o mercado imobiliário da Capital vem atravessando um período de desaceleração econômica e ajuste de preços.

“Deterioração de importantes elementos macroeconômicos como renda, taxa de emprego e acesso a crédito. Desaceleração no número de unidades lançadas e redução do preço de vendas de imóveis e situação fragilizada das principais incorporadoras do País”, acrescentou a consultoria.

Ainda de acordo com a McKinsey, existem pelo menos três possíveis modelos de desenvolvimento para os terrenos públicos. “Venda imediata, parceria com incorporadores privados e investimentos em infraestrutura local para posterior venda”.

O relatório ainda sugere a adoção de estratégias específicas de exploração econômica dos ativos. “Expoece e Palácio Iracema poderiam ser desenvolvidos em parceria com incorporadores privados com base em projetos específicos a serem avaliados para cada área (ex. Natureza do projeto, desenvolvimento integrado ou em glebas, etc.)”.

Potencial

Já a “Cavalaria aparenta ter potencial de ser explorado a partir de projeto amplo e com possível vocação urbanística pré-definida, como por exemplo um complexo hospitalar”.

No caso do IPPOO I, segundo a McKinsey, pode “ser considerado para venda não imediata, à luz das negociações em curso para possível exploração integrada à infraestrutura do Aeroporto Internacional Pinto Martins”.

arte

Fonte: Diário do Nordeste