Brasil

Delator se cala sobre atuação de Miller no processo de colaboração premiada

Brasília. O advogado e delator da JBS, Francisco de Assis e Silva, não respondeu a perguntas de parlamentares sobre a participação do ex-procurador Marcello Miller no processo de colaboração premiada de executivos da empresa.

Segundo os que acompanharam a sessão secreta da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Assis e Silva, em depoimento, argumentou que não poderia responder em razão do sigilo profissional e também porque alguns temas estão em investigação. Além de delator, ele assinou como advogado os sete acordos de delação dos executivos da JBS.

Um dos mais próximos auxiliares do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Miller é suspeito de ter atuado na defesa da JBS pelo escritório de advocacia Trench Rossi Watanabe quando ainda ocupava o cargo público. Ele pediu exoneração do posto no início de março, mas sua saída só foi oficializada em 5 de abril, dias depois da assinatura do primeiro termo de confidencialidade entre a empresa e a Procuradoria-Geral da República (PGR). A polêmica culminou na suspensão dos benefícios concedidos a Joesley Batista e Ricardo Saud, presos desde o dia 10 de setembro. Houve insistência dos parlamentares em relação às perguntas sobre Miller.

Segundo a defesa de Assis e Silva, os pontos da colaboração foram esclarecidos. “Francisco esclareceu todos os pontos da colaboração dele, não se furtou a qualquer pergunta, preservou o sigilo profissional, e colaborou para que a CPMI pudesse prosseguir os seus trabalhos”, disse o advogado Ticiano Figueiredo.

Exoneração

O delator disse também em depoimento que o primeiro encontro com Miller aconteceu 11 dias antes do pedido de exoneração ao Ministério Público Federal. A reunião ocorreu, de acordo com a versão dada aos parlamentares, no dia 12 de fevereiro. Cinco dias depois, Assis e Silva afirmou ter apresentado o executivo Ricardo Saud a Miller.

Fonte: Diário do Nordeste