Governo prepara posse de ministra, que deve acontecer nesta segunda-feira (22)
Brasília. Se não for impedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) deve tomar posse nesta segunda-feira (22) para o comando do Ministério do Trabalho em uma cerimônia a portas fechadas.
O evento programado pela Presidência da República deve ter poucos convidados, cerca de 50, e sem acesso da imprensa, na sala de audiências do Palácio do Planalto. A transmissão será feita apenas pela emissora de televisão do governo federal.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, começou, ontem, a examinar o pedido de suspensão da posse da deputada, mas não há previsão ainda do anúncio de sua decisão.
A posse foi marcada às pressas para a manhã desta segunda-feira exatamente para evitar uma nova suspensão. A deputada e o governo decidiram realizar uma cerimônia discreta para evitar polêmicas e manifestações contra a futura ministra.
Há duas semanas que a parlamentar tenta assumir o cargo, mas tem sido impedida pelo Poder Judiciário.
O argumento é de que ela foi condenada por desrespeitar direitos trabalhistas, tema da pasta que assumiria.
No sábado (20), após derrotas em primeira e segunda instâncias, o vice-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins, suspendeu a liminar que impedia a posse da deputada.
O Palácio do Planalto só recorreu após a saída da presidente do STJ, Laurita Vaz, do plantão do judiciário. O governo recebeu o aceno de que ela manteria o impedimento da cerimônia.
A parlamentar é filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão , em 2005.
Temer recebeu a notícia da decisão do STJ enquanto estava reunido com assessores. Coincidentemente, no mesmo horário em que Temer estava com ministros e assessores, também estava no Alvorada o desembargador do Tribunal Federal da 1ª Região, Hércules Fajoses. O magistrado disse que não participou do encontro para discutir o caso de Cristiane. Afirmou ter feito só uma visita de cortesia, porque conhece Temer há muitos anos. Fajoses foi assessor jurídico de Temer quando ele era vice e trabalhou ainda como consultor da campanha de 2014.
Diário do Nordeste