Brasil

Joesley Batista fica em silêncio; ex-presidente Lula pode ser ouvido

Brasília. Em sessão de quatro horas de duração, o empresário Joesley Batista se negou ontem, a responder perguntas de parlamentares ou fazer qualquer afirmação na oitiva da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI Mista) da JBS. Como já era esperado, Joesley, que está preso desde setembro, usou o direito de ficar em silêncio, mas ouviu críticas, ironias e até provocações de deputados e senadores presentes na comissão.

Joesley, um dos donos da JBS, foi convocado porque, em delação premiada, forneceu informações que fundamentaram as denúncias contra o presidente Michel Temer.

Os benefícios do acordo, no entanto, foram suspensos pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal sob o argumento de que o empresário teria omitido informações.

Provocações

Logo no início da oitiva, o relator da CPI Mista e um dos principais defensores do governo Temer, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), provocou o empresário.

“Acho que o senhor não é tão bandido quanto confessa ser. Acho que o senhor falou coisas cooptado por essa ideia de correr logo para os EUA”, disse. O deputado João Rodrigues (PSD-SC), tentou fazer o empresário falar. “Sei que o senhor tem vontade de abrir o peito, chorar, falar, pedir perdão… Espero que o senhor apele pra sua consciência sob pena de outros falarem, mas aí talvez já seja tarde”.

O presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), disse que na sessão marcada para hoje, vai pautar a convocação de diversos políticos.

Há requerimentos para convocação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula, entre outros.

Bloqueio

Na expectativa sobre uma eventual convocação para depor na CPMI, o ex-presidente Lula recebeu ontem a notícia de que o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) manteve o bloqueio de R$ 16 milhões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinado pela 13.ª Vara Federal de Curitiba, na sentença do caso do tríplex do Guarujá (SP), na Operação Lava-Jato.

Fonte: Diário do Nordeste